A RTP-Madeira e a RDP devem levar uma volta em termos informativos

1. Para que serve a RTP-M? A RTP é uma instrumento da nossa Autonomia. Mas deve ser também da nossa Democracia, porque uma Autonomia sem a seiva da Democracia é uma autonomia seca e estéril.

2. Durante muitos anos, a RTPM limitou-se a ser “a voz do dono”, o poder político que é o mesmo desde sempre imperante na Região. Hoje, podemos dizer, sem críticas sempre legítimas, que a RTP atende à pluralidade das diferentes forças políticas, parlamentares ou extra-parlamentares e assim deve ser e tem de ser.

3. No capítulo da programação, temos bons programas que traduzem as diversidade da nossa sociedade, seja na cultura, na arte, nas crenças, na gastronomia, no ambiente, no entretenimento.

4. Digo mesmo que há programas na RTP regional que merecem auditório nacional, caso dos programas da Água, de Rocha da Silva, ou sobre a Natureza, de Raimundo Quintal.

5. Onde é que a RTP falha e falha clamorosamente? Na dinâmica informativa. Além de abusar da retransmissão dos programas da RTP3, o telejornal da RTP Madeira e as Notícias do Atlântico apresentam-se como serviços estáticos e embalados com horas e horas de desfasamento em relação ao acontecimento. Quanto é que a RTP aposta no direto ao longo do dia, como a RTP3, a SICN, a CNN? Não é aceitável que uma conferência de um líder de um partido às 21 horas, por exemplo, só venha a ser transmitida, em formato enlatado, às 19 horas ou às 21 horas do dia seguinte, lá para a segunda parte, quando a maioria da audiência já se dispersou em programas de debate nacionais ou de entretimento. À RTPM e à RDPM compete-lhes lutar por audiência. E talvez seja mesmo de considerar mais apoios, quiçá do ORAM, em função da sua audiência.

Miguel Fonseca