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Israel acusa de terrorismo líder de Jihad Islâmica

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Foto (MEE/Shatha Hammad)

Israel acusou hoje de filiação e atividades terroristas Basam al Sadi, líder da Jihad Islâmica na Cisjordânia ocupada, cuja detenção em agosto provocou confrontos entre tropas israelitas e milícias do grupo em Gaza.

"O Ministério Público Militar apresentou uma acusação contra Basam al Sadi por crimes de filiação e atividade com uma associação ilegal, a organização terrorista Jihad Islâmica. Também é acusado de roubo de identidade, incitação e ajuda no contacto com elementos inimigos", disse um porta-voz militar, em comunicado.

De acordo com a acusação, Sadi esteve envolvido em "atividades terroristas, incluindo o recebimento de fundos de uma operação da Jihad Islâmica na Faixa de Gaza".

"Além disso, Sadi pediu a continuação dos violentos ataques palestinianos. Quando as forças de segurança israelitas chegaram para o prender, Sadi fez-se passar por outra pessoa na tentativa de escapar da prisão", acrescentou o comunicado.

Devido ao risco de fuga, o Ministério Público Militar solicitou que Sadi permaneça detido até ao final do processo judicial, razão pela qual a sua detenção foi prorrogada até 28 de agosto, quando será realizada audiência na Justiça Militar para analisar a queixa do Ministério Público.

A Agência de Segurança de Israel, Shin Bet, concluiu o interrogatório com Sadi no passado domingo, quando entregou as provas ao Ministério Público Militar, que já tinha indicado a intenção de apresentar acusações com base nas provas recebidas.

Sadi, um dos fundadores da Jihad Islâmica e líder da organização na Cisjordânia, foi detido em 01 de agosto, em Jenin, onde se concentra uma importante base de apoio do grupo, considerado um movimento terrorista por Israel, pelos EUA e pela União Europeia.

O palestiniano de 61 anos foi detido por sete vezes e, nos últimos meses, segundo a Shin Bet, "trabalhou para restaurar as atividades da Jihad Islâmica e para criar uma força militar significativa da organização em Samaria e em Jenin".

A detenção de Sadi provocou uma série de ameaças por parte da Jihad Islâmica em Gaza.

O Exército israelita atacou a região em 05 de agosto, numa operação "preventiva" contra alvos do braço armado da Jihad Islâmica, as Brigadas Al Quds, matando 49 habitantes de Gaza em três dias, incluindo 19 crianças, e também cerca de uma dúzia de militares líderes do movimento.

A Jihad Islâmica respondeu lançando cerca de 1.400 foguetes sobre solo israelita, embora a maioria tenha sido intercetada ou tenha caído em áreas despovoadas, não causando vítimas.

O grupo alega que a libertação de Sadi foi uma das condições do cessar-fogo mediado pelo Egito, mas Israel nega esta versão.