O ex-secretário de Estado das Comunidades Portuguesas e ex-deputado pelo Círculo Fora da Europa, José Cesário, vaticina missão muito complicada ao actual secretário de Estado das Comunidades, o madeirense Paulo Cafôfo.

Na conferência proferida no Fórum Madeira Global 2022, a reunião magna das Comunidades Madeirenses, a decorrer no Centro de Congressos da Madeira, José Cesário concordou que “muita coisa corre mal” junto das comunidades portuguesas. Ao ponto de afirmar que “a actual situação dos serviços consulares é inadmissível”, criticou. Para o ex-governante junto das comunidades, pior que estar à espera meses para tratar de assuntos burocráticos é não conseguir ser atendido. Assumiu ‘mea culpa’ por nunca ter conseguido resolver o problema em Londres.

Denunciou problemas de organização na actual resposta dos serviços consulares para concluir que “há que dar uma volta a isto”. Feito o diagnóstico, deixou alerta a Paulo Cafôfo. “O secretário de Estado [das Comunidades] e a equipa que está com ele tem uma missão muito complicada”, disse.

José Cesário referiu-se ainda à insensibilidade na administração ao defender “que cada território municipal pense o desenvolvimento não apenas nos residentes mas em todos os que têm ligações a esse território”.

Sobre os desafios pela frente que se colocam a quem emigra, desejou que “acabasse a emigração económica” e que este passasse a ser apenas um fenómeno de deslocação laboral.

Deputado em 11 legislaturas, eleito pelo Círculo Eleitoral de Fora da Europa, e três vezes secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Cesário concluiu que no presente a comunidade portuguesa “são 70, 80 milhões de descendentes”. Aliás, “a maior parte das nossas comunidades hoje são constituídas por luso-descendentes, mas são portugueses”, afirmou.

Concluiu a intervenção com a convicção que “o futuro das comunidades é o futuro de Portugal”.