Que este oito de Março de 2022 não seja apenas de homenagens e mais um dia em que é da praxe oferecer flores ou outros mimos quaisquer às mulheres, mas (re)lembrado como um marco na reivindicação da igualdade de género e dos direitos das mulheres na sua luta pelas conquistas políticas e sociais. Que não se esqueça e continue a fomentar esta merecida e exigida igualdade que, infelizmente, não é de todo plena.

A diferença só será considerada apenas biológica numa sociedade evoluída intelectual e culturalmente. As mulheres, onde quer que estejam, seja qual for o seu posto de trabalho, cumprem a sua missão com o mesmo brio, vontade e competência que os homens.

Em tempos tão conturbados como os que se vive actualmente em que, sob pretextos abomináveis ditados por mentes insanas, os nossos direitos mais elementares são postos em causa, é preciso não ignorar que só é possível celebrar esta data hoje, porque muitas mulheres ofereceram seus corpos às balas, por todas as mulheres.

No limiar da segunda década do sec.XXI, continuamos a assistir à discriminação sobre as mulheres nos mais variados aspectos. Hoje, perante os nossos olhos, há milhões de mulheres a ser perseguidas, fugindo de uma guerra que lhes rouba os maridos e os filhos; outras, prisioneiras na sua própria casa, alvo de violência física e psicológica, diariamente, perpetrada pelos homens que juraram amá-las. Que querem libertar-se mas não têm como, nem sabem como fazer para fugir da tortura, porque dependem financeiramente de quem as espanca. Para elas não haverá, com certeza, almoços ou jantares comemorativos, nem flores, nem mimos, nem sequer, talvez, solidariedade...

A todas as mulheres :às trabalhadoras, às desempregadas, às mais velhas e às mais novas; às de todas as raças, cultura, religião, nacionalidade, extracto sócio-económico, a todas sem excepção mas, de um modo especial às MULHERES UCRANIANAS, que nunca falte a vontade e a coragem de lutar, sejam quais forem as batalhas. "É no espírito de luta e na força do nosso instinto que reside o verdadeiro poder da mulher"

Que todos os dias sejam o Dia

Madalena Castro