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Reino Unido recua na intenção de proibir "terapias de conversão"

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O governo britânico anunciou hoje que desiste da intenção de interditar as denominadas "terapias de conversão" da orientação sexual ou identidade de género.

Citando uma fonte governamental, a BBC escreve que, em alternativa, o executivo britânico "decidiu proceder a uma revisão da legislação que já existe para a tornar mais eficaz".

Em 2018, a então primeira-ministra Theresa May prometia acabar com as terapias de reorientação sexual como parte de um novo plano de ação para uma sociedade mais inclusiva com a comunidade LGBTQI+.

Boris Johnson, atual líder de governo, quis dar continuidade a essa promessa, afirmando que aquelas terapias eram "absolutamente abomináveis" e em outubro passado era anunciada a criação de uma infração penal para quem aplicasse aquelas terapias em menores ou em adultos, sem consentimento.

O recuo hoje anunciado gerou críticas de vários quadrantes políticos e da comunidade LGBTQI+.

Segundo um estudo divulgado em 2018 pelo governo do Reino Unido, das 108.100 pessoas LGBTQI+ inquiridas, 5% foram abordadas para fazerem terapias de conversão e 2% chegaram a experimentá-las.

As autoridades de saúde definem as terapias de conversão como práticas ou consultas que procuram mudar a identidade de género ou a orientação sexual de uma pessoa.

França, Israel e Nova Zelândia foram três dos países que este ano já aprovaram legislação que proíbe aquelas práticas.