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Portos dos Açores prepara infra-estruturas de São Jorge para eventual agravamento da situação

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A empresa Portos dos Açores, que gere as infraestruturas portuárias da região, anunciou hoje que está a preparar os portos da ilha de São Jorge para dar resposta a um eventual agravamento da crise sismovulcânica na ilha.

Em comunicado de imprensa, a empresa justifica as medidas adotadas com "a imperiosa relevância de garantir e manter a permanente operacionalidade e segurança dos portos de Velas e Calheta [dois concelhos de São Jorge] e assegurar a sua centralidade no dispositivo geral de proteção civil e salvaguarda de quem parta dali e, igualmente, daqueles que irão permanecer na ilha".

A Portos dos Açores sublinha que, "em caso de calamidade", as infraestruturas portuárias serão "fundamentais para garantir a deslocação das populações para outras ilhas, se for o caso, e para fazer chegar a São Jorge meios, equipamentos e recursos humanos especializados para acorrer às necessidades de intervenção de emergência".

Desde o dia 19 de março que foram registados milhares de sismos na ilha de São Jorge, mais de 180 sentidos pela população.

Na quarta-feira, o Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores (CIVISA) elevou o nível de alerta vulcânico na ilha de São Jorge para V4 (de um total de cinco), o que significa "possibilidade real de erupção".

Entre as várias medidas já tomadas "a título preventivo", a Portos dos Açores realça que foram promovidas "diversas ações de sensibilização junto da comunidade portuária do porto das Velas (concelho onde estão localizados os epicentros dos sismos), alertando todos os utentes e clientes daquela infraestrutura portuária para a eventualidade de ali se virem a registar condicionamentos ao funcionamento", se a empresa se vier a "constituir em entidade com especiais deveres e responsabilidades, perante a Proteção Civil".

A empresa manifesta a sua "total disponibilidade para desenvolver qualquer ação que possa estar ao seu alcance" e admite definir a zona portuária das Velas como "zona reservada, para efeitos de apoio à emergência, no caso de tal ser necessário".

Garante ainda "acessos e porto disponíveis, para o que for imprescindível, em qualquer altura e com empenho de todos os meios disponíveis".

A Portos dos Açores adiantou que disponibilizou "meios humanos e técnicos da administração portuária para assegurar a normal e atempada operação do navio da Marinha Portuguesa "NRP Setúbal" no porto das Velas, com a descarga de diverso material de emergência e proteção civil", acrescentando que o voltará a fazer "sempre que tal se afigure necessário".

A gare de passageiros e as instalações sanitárias do porto da Calheta estão abertas 24 horas por dia, "para apoiar os deslocados, que tenham necessidade de utilizar tais instalações".

Os meios terrestres e marítimos ao serviço do porto das Velas foram "providos de capacidade máxima de combustível" e "foi promovida a especial provisão de combustível e lubrificantes para o equipamento de movimentação de mercadorias situado no porto da Calheta".

De acordo com a empresa foi assegurado também um reforço de equipamentos de comunicação (rádios VHF), nos dois portos, e foi enviado um veículo para o porto da Calheta, para "garantir mobilidade aos trabalhadores que possam eventualmente ter de ser deslocados" para a infraestrutura.

A Portos dos Açores adianta ainda que instalou um "sistema de acesso e transmissão de dados informáticos no porto da Calheta, para o caso desta infraestrutura portuária vir a ter de funcionar como alternativa ao porto das Velas".

A lancha de pilotos "João Vaz Corte-Real" foi afastada, "na medida do possível, da encosta/arriba" da marina das Velas e os contentores estacionados em altura no porto da vila foram colocados "a alguma distância da vedação existente no local, adjacente ao Terminal Marítimo de Passageiros".

Foi ainda determinada a "limitação de armazenamento de contentores em parque a um máximo de duas unidades, em altura" e foi solicitado aos armadores de transporte marítimo "o embarque, tão breve quanto possível, de contentores vazios".

Foram transferidas embarcações de pesca e recreio do porto das Velas para o porto da Calheta e foram transferidas embarcações de recreio da marina das Velas para a marina da Horta, na ilha do Faial.