A Guerra Mundo

Spotify suspende serviço na Rússia

None

A plataforma musical Spotify anunciou sexta-feira que vai suspender todos os seus serviços na Rússia, alegando que as leis do país que restringem a liberdade dos media podem pôr em perigo empregados e utilizadores da aplicação.

A empresa sueca, que além de música oferece também uma gama de podcasts, alguns dos quais com uma forte componente política, espera completar a suspensão de todos os seus serviços até ao final do próximo mês, avança a agência de notícias EFE com base num comunicado de imprensa divulgado hoje pelos responsáveis pela plataforma.

O anúncio da suspensão total surge após a Spotify ter divulgado, no início de março, que iria encerrar o seu escritório russo. Poucos dias depois, o serviço pago da Spotify foi cancelado, tendo ficado apenas disponível o serviço gratuito.

Numa declaração escrita, a empresa começa por afirmar que "continua a acreditar que é de importância vital tentar manter os serviços na Rússia operacionais, a fim de fornecer notícias e informações independentes na região".

No entanto, explica, "a legislação recentemente aprovada que restringe o acesso à informação, elimina a liberdade de expressão e criminaliza certos tipos de notícias coloca em risco a segurança dos funcionários de Spotify e possivelmente dos nossos ouvintes".

Outras grandes empresas tecnológicas, como a Google e a Apple, também já deixaram de fornecer certos serviços na Rússia após a sua invasão da Ucrânia, assim como vários bancos e empresas americanas icónicas como a McDonald's ou a Starbucks.

Como resultado das leis aprovadas na Rússia que restringem a informação sobre a invasão da Ucrânia, também vários meios de comunicação suspenderam temporariamente a sua atividade no país, incluindo a BBC e a EFE, enquanto outros reduziram a sua presença, tais como a CNN e o New York Times.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que provocou a fuga de mais 10 milhões de pessoas, das quais 3,7 milhões foram para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.

Segundo as Nações Unidas, cerca de 13 milhões de pessoas necessitam de assistência humanitária na Ucrânia.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.