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Cerca de 840.000 vacinas doadas ao Quénia expiraram

Foto DR
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Cerca de 840.000 vacinas contra a covid-19 que foram doadas ao Quénia expiraram, anunciou hoje o Ministério da Saúde, que lamentou a recusa persistente à vacinação, assim como a curta validade das doses.

Trata-se de vacinas da AstraZeneca recebidas através da iniciativa mundial Covax, precisou o ministério num comunicado, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP).

"Cada dose expirada representa uma oportunidade perdida de salvar uma vida", lê-se no comunicado.

Cerca de 30% da população elegível no Quénia está vacinada contra a covid-19, mas a inoculação tem abrandado consideravelmente nas últimas semanas, nas quais a incidência da doença tem diminuído.

No início de fevereiro, cerca de 252.000 doses anti-covid-19 eram injetadas por dia em todo o país, mas este número baixou, entretanto, para 30.000.

O ministério destacou à AFP que a administração de segundas doses caiu significativamente e que uma parte dos quenianos recusa certas vacinas - principalmente as da AstraZeneca.

"Continuamos a observar uma hesitação em se vacinar, atribuída a rumores e à desinformação, sobretudo em torno de riscos para a fertilidade", escreve o ministério.

Acrescenta-se também que as vacinas em questão foram entregues em janeiro, com a data de validade a terminar em 28 de fevereiro.

"Doravante, o Quénia não aceitará as doações de vacinas cuja duração seja inferior a quatro meses a partir do momento de entrega", refere-se no comunicado.

O país recebeu um total superior a 27 milhões de vacinas contra a covid-19, mas apenas foram administradas cerca de 17,3 milhões.

O ministério confirma possuir numerosas vacinas em 'stock' e apela aos quenianos para que se vacinem e assim se evitem mais mortes, refere a AFP.

O Governo ambiciona a dupla vacinação de 27 milhões de cidadãos até ao fim do ano, além dos 8 milhões conseguidos até ao momento.

Segundo os números oficiais, cerca de 5.560 pessoas morreram com o novo coronavírus no Quénia desde que o primeiro caso foi detetado, em março de 2020.

Dois anos depois, o Governo anunciou o aligeiramento de algumas medidas de prevenção contra a pandemia, entre as quais o fim da obrigação de utilizar máscara em locais públicos.