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Guterres preocupado com morte de civis em ataque dos EUA que matou líder do EI

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Foto EPA/JASON SZENES

O secretário-geral da ONU, António Guterres, está "preocupado" com a morte de civis no ataque norte-americano na Síria contra o líder do Estado Islâmico (EI), Abu Ibrahim al Hashimi al Qurashi, em que ele e outras pessoas morreram.

"Registamos com preocupação os relatos de mortes de civis", disse ontem o porta-voz de Guterres, Farhan Haq, na conferência de imprensa diária.

"Continuamos a apelar a todas as partes para que tomem todas as medidas necessárias para proteger os civis e as infraestruturas civis, de acordo com as suas obrigações, ao abrigo do direito humanitário internacional", acrescentou o representante do secretário-geral, que também disse ser "importante" conduzir uma investigação sobre os acontecimentos, para determinar quem é responsável pelas mortes.

Farhan Haq, contudo, salientou também que o EI "cometeu crimes hediondos e trouxe tragédia e morte a milhares de homens, mulheres e crianças" e que a ONU tem estado "muito unida nos seus esforços para agir contra" o grupo terrorista.

"Qualquer sucesso contra eles é bem-vindo", disse.

O presidente norte-americano, Joe Biden, disse hoje que al-Qurashi foi morto numa explosão que ele próprio provocou, durante a operação dos Estados Unidos no norte da Síria, e defendeu os esforços do seu governo para "minimizar as baixas civis".

"Quando as nossas tropas se fecharam para capturar o terrorista, num ato final de cobardia desesperada e sem qualquer consideração pelas vidas da sua própria família ou de outras pessoas no edifício, ele escolheu explodir-se a si próprio", disse Biden.

Al Qurashi não "recorreu simplesmente a um colete" com explosivos, mas decidiu "explodir-se" no terceiro andar do edifício onde estava escondido, "matando vários membros da sua família com ele", acrescentou o presidente.

O presidente não confirmou o número de mortos durante a operação, mas os chamados Capacetes Brancos, um grupo de salvadores que opera em zonas da Síria detidas pela oposição, avançou 13 mortos, incluindo seis crianças.