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Metade dos russos apoia guerra para que Kiev não adira à NATO

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Foto EPA

Cerca de metade dos russos inquiridos numa sondagem publicada hoje pela CNN considera correto que o seu país use a força militar contra a Ucrânia para evitar que Kiev adira à NATO, segundo a agência espanhola Efe.

O inquérito realizado pela empresa Savanta ComRes a cidadãos da Ucrânia e da Rússia conclui que apenas 25% dos russos considera que seria errado recorrer ao exército contra a Ucrânia, ao passo que outros 25% não tem a certeza sobre qual a melhor opção para resolver a atual crise.

A sondagem revela que 43% creem que seria um erro "reunificar", através da força, a Rússia e a Ucrânia, dois países com uma longa e complicada história de relações entrelaçadas, mas 36% não acredita que essa seja uma má opção.

A televisão norte-americana assinala que entre os ucranianos a recusa do uso da força pela Rússia é maioritária. Dos inquiridos, 70% disseram que seria incorreto que a Rússia usasse a força militar para evitar que a Ucrânia se unisse à NATO ou para unificar os dois países (73%).

Entre todos os que responderam ao inquérito na Ucrânia, e de todas as idades, verificou-se um consenso maioritário sobre não se sentirem "um só povo", juntamente com russos, e em defesa da existência de dois países.

Na Ucrânia, uma média de 28% dos inquiridos concorda com a ideia de que russos e ucranianos são "um só povo", ao passo que essa média sobe para 65% nos inquiridos russos.

Apenas 21% dos ucranianos antecipa um final pacífico das tensões com a Rússia, em comparação com 65% dos russos.

O inquérito também assinala que apenas 26% dos ucranianos espera uma defesa militar da Ucrânia por parte da NATO ou dos Estados Unidos, e consideram mais provável que haja sanções económicas contra os líderes russos (46%) ou empresas russas (34%).

O inquérito, realizado a mais de mil pessoas em cada país (1.021 na Rússia e 1.075 na Ucrânia) realizou-se 'online' entre 07 e 15 de fevereiro, antes do discurso de Vladimir Putin na segunda-feira e do reconhecimento por Moscovo da independência dos territórios separatistas ucranianos do Donbass (Donetsk e Lugansk).

Na terça-feira, as autoridades russas esclareceram que o reconhecimento se refere ao território ocupado quando as autoproclamadas repúblicas anunciaram o estatuto em 2014, o qual inclui espaço atualmente detido pelas forças ucranianas.

O Presidente russo, Vladimir Putin, anunciou ainda que as forças armadas russas poderão deslocar-se para aqueles territórios pró-russos em missão de "manutenção da paz", decisão que já foi autorizada pelo Senado russo.

Entretanto, a Ucrânia determinou a mobilização de militares na reserva para reforçar o exército.