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Plural+Udifar atingiu em 2021 um volume de negócios superior a 320 milhões de euros

Distribuidora farmacêutica quer ter presença "em todos os distritos do país". Neste momento, só não actua na Região Autónoma dos Açores.

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Foto Facebook Plural - Cooperativa Farmacêutica

A cooperativa de distribuição farmacêutica Plural, sediada em Coimbra, pretende em 2022 consolidar os resultados de 2021, ano em que atingiu, pela primeira vez, um volume de negócios de 321 milhões de euros, resultante da aquisição da Udifar.

"Obviamente que [aquele exercício] resultou de uma operação que foi concretizada no início de 2021, com a aquisição de alguns ativos e da área da distribuição grossista da Udifar, que era também uma cooperativa e estava sediada em Lisboa", disse à agência Lusa o presidente do conselho de administração, Miguel Silvestre.

O administrador acrescentou que, em 2019, a distribuidora farmacêutica registou uma faturação de 235 milhões de euros e, em 2020, atingiu os 301 milhões de euros.

"Historicamente, no setor da distribuição e das farmácias, a Udifar era um nome relevante, com peso e história, e isso fez, obviamente, que tivéssemos, no ano de 2021, tido um crescimento", sustentou o responsável, salientando que a partir de 2021 a cooperativa passou a designar-se Plural+Udifar.

A cooperativa de distribuição farmacêutica de Coimbra é o terceiro operador do setor de serviço por grosso de medicamentos do mercado nacional, que é liderado por duas multinacionais, e a primeira de capital 100% português a operar no país, com 1.400 farmácias associadas.

"Temos duas empresas que ocupam uma posição dianteira, que são multinacionais e estão basicamente no mundo inteiro, e nós somos a terceira empresa e a primeira de capital 100% português a operar em Portugal, independentemente de ser cooperativa ou privada", sublinhou Miguel Silvestre.

A Plural+Udifar tem como grande objetivo, de acordo com o seu presidente, "atingir uma expressão nacional e ter presença em todos os distritos do país", com cobertura de todo o território, o que em grande parte já conseguiu.

"Já temos uma operação na Região Autónoma da Madeira. Portanto, o único local onde não temos efetivamente operação física é na Região Autónoma dos Açores", frisou Miguel Silvestre, referindo que o arquipélago açoriano tem "uma dificuldade acrescida devido à sua diversidade".

Segundo Miguel Silvestre, a distribuidora farmacêutica está a analisar a sua instalação nos Açores, que, a acontecer, será para "acrescentar valor localmente".

"Pois se for para arranjar um problema para nós e para quem esteja não faz sentido irmos para lá".

A missão da Plural+Udifar era ter cobertura nacional e atividade em todos os distritos, não ainda no mesmo nível de penetração, e ser a primeira empresa de capital português na área da distribuição por grosso, o que foi conquistado em 2021.

"Queremos continuar a consolidar essa posição, mas não a conseguiremos consolidar se internamente não continuarmos a ser inovadores e a ter um trabalho de qualidade, que seja reconhecido pelos nossos clientes e associados", sublinhou o presidente da cooperativa.

Miguel Silvestre pretende que "as farmácias reconheçam a Plural como uma empresa que não faz só a distribuição, mas também que acrescenta valor ao seu dia-a-dia e disponibiliza um conjunto de serviços capazes de a diferenciar perante terceiros".

Nos últimos cinco anos, a empresa sediada em Coimbra investiu cerca de 30 milhões de euros na aquisição e requalificação das atuais instalações, em funcionamento desde 2017, que foram a antiga fábrica de cerveja Topázio, e na automação do todo o armazém.

"No ano de 2020 começámos neste processo de aquisição de outros ativos e de outro armazém e da marca Udifar, que estava em Lisboa. No cômputo geral, estes investimentos globais e na área das soluções tecnológicas andam muito próximos dos 30 milhões de euros nos últimos cinco anos", adiantou.

O presidente do conselho de administração salientou que a cooperativa foi "sempre crescendo e investindo, porque é um setor onde o investimento não é só em instalações, mas também em equipamentos de automação, onde o investimento precisa de ser recorrente, nomeadamente na área tecnológica, devido às grandes alterações naquilo que são os modelos de organização e de interação com os clientes".

"Hoje, somos talvez dos setores mais tecnológicos e costumo dizer que muitos portugueses viram o primeiro computador numa farmácia, quando no final da década de 1980 se começaram a informatizar aqueles espaços", enfatizou.

Sobre os dois anos de pandemia que assolaram o país e o mundo, Miguel Silvestre disse que, em termos de volume de negócios, o mercado manteve-se estável, num setor "que foi muito resiliente em que não houve uma notícia sobre problemas no acesso a medicamentos".

"O setor no seu todo, desde a indústria à distribuição e as próprias farmácias, com as adaptações necessárias, dificuldades e limitações, conseguiu ser responsável e que todos os interlocutores arranjassem mecanismos de garantir o funcionamento, assistência e medicamento a toda a população, sem ruturas, sem pânico e dando um grande contributo para outras áreas que habitualmente não estavam nas nossas funções", sublinhou.

A Plural resultou da agregação da cooperativa Farbeira, criada em 1974, com as cooperativas Cofarbe e Farcentro, também da região Centro, em 2006, tendo a mudança para a atual designação ocorrido em 2008.

Com uma frota de 80 viaturas afetas à distribuição, a Plural+Udifar emprega atualmente 325 pessoas, funcionando através das plataformas logísticas, instaladas em Coimbra, Covilhã, Maia, Cacém e Faro.