Madeira

Revista de Vinhos dá três prémios à Madeira

Listrão Frasqueira 1977, da Blandy´s e o Famílias - Meio Doce 50 Anos, dos Vinhos Barbeito, conquistaram o Prémio de Excelência na 25.ª edição dos ‘Melhores do Ano’

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Il Gallo d´Oro, do hotel The Cliff Bay ganhou a distinção de 'Serviço de Vinhos do Ano'

A Madeira obteve três prémios na 25.ª edição dos ‘Melhores do Ano’, iniciativa organizada pela Revista de Vinhos, cuja gala ocorreu na passada sexta-feira num hotel no Porto, mas só ontem à noite partilhada publicamente nas redes sociais e no canal YouTube da Revista.

Entre os premiados surgem  o Listrão – Frasqueira 1977,  da Blandy´s  e o Famílias – Meio Doce 50 Anos, dos Vinhos Barbeito. Ambos obtiveram o ‘Prémio Excelência’ alusivo aos melhores 30 vinhos do ano 2021.

Segundo Ricardo Diogo, o Famílias é um vinho de mistura de castas com 44% de Sercial, 44% de Verdelho e 12% de Malvasia. Trata-se de um vinho inovador com uma grande elegância, tendo sido engarrafadas apenas 618 unidades, o que faz deste vinho “uma raridade”.

O Listrão – Frasqueira 1977,  da Blandy´s  assume-se como um vinho Madeira muito raro e que faz parte de um (último) stock de 751 garrafas. Feito exclusivamente com uvas da casta Listrão, com origem na ilha do Porto Santo, tem um bouquet característico, destacando-se aromas voláteis de infusão de brandy com especiarias, frutos secos do tipo avelã e madeiras exóticas. Na boca é muito fresco, volátil, intenso com fim de boca longo, quente a especiaria e balsamo. O prémio foi recebido pelo CEO da Madeira Wine Company, Chris Blandy.  

O estrelado restaurante ‘Il Gallo d´Oro’, do hotel The Cliff Bay ganhou a distinção de ‘Serviço de Vinhos do Ano’, que foi recebida pelo sommelier Sérgio Marques.

Outros premiados

O espumante da Bairrada Nossa Solera Desde 2001 Extra Bruto, elaborado por Filipa Pato e William Wouters, venceu o prémio de Vinho do Ano enquanto o empresário José Roquette foi homenageado pelo seu trabalho no Esporão, "projeto que contribuiu para a revolução dos vinhos do Alentejo e que se prepara para celebrar 50 anos".

António Ventura, enólogo com 40 anos de atividade, foi eleito Personalidade do Ano, e a Quinta do Monte d´Oiro, em Alenquer, região demarcada de Lisboa, foi eleita Produtor do Ano.

Já a família Vieira de Sousa venceu na categoria Produtor de Vinhos Fortificados do Ano, e a Herdade Aldeia de Cima, na Vidigueira (distrito de Beja), projecto de Luísa Amorim e Francisco Rêgo, ganhou a distinção Produtor Revelação do Ano.

"Famosa pelos espumantes que elabora em Távora-Varosa, a Murganheira foi considerada Empresa do Ano", refere a organização, e o vinho Cabeça de Toiro, do Tejo, conquistou o estatuto de Marca do Ano.

O prémio de Enólogo do Ano foi atribuído a Nuno Mira do Ó, Anna Jorgensen ganhou o prémio Enólogo Revelação do Ano e Ricardo Rodrigues (The Ocean, Algarve) foi o 'Sommelier' do Ano, tendo a Garrafeira Imperial, em Lisboa sido a Loja/Garrafeira do Ano, e a Garcias o distribuidor.

A Norte, o vinho do Porto tónico em lata Offley Porto Clink ganhou o título Inovação/Investigação do Ano, e o prémio do Enoturismo do Ano foi atribuído à Quinta da Pacheca, no Douro, tendo o Destino Gastronómico do Ano, "pela diversidade e qualidade da oferta da restauração", sido atribuído a Ponte de Lima, no distrito de Viana do Castelo.

O portuense Vila Foz, do chefe de cozinha Arnaldo Azevedo, foi eleito o Restaurante do Ano. Alexandre Silva, dos restaurantes Loco e O Fogo, em Lisboa, foi considerado Chefe de Cozinha do Ano, enquanto Tiago Penão, do asiático Kappo, em Cascais, mereceu o sublinhado de Chefe Revelação do Ano.

Já a UNIQUEIJO - União de Cooperativas Agrícola da Ilha de São Jorge, nos Açores, foi eleita Produtor Artesanal no Ano pela elaboração do Queijo DOP São Jorge.

Miguel Guedes de Sousa foi a Personalidade do Ano na Gastronomia, e a Personalidade do Ano no Brasil foi Adolar Hermann, mentor da importadora Decanter Vinhos Finos.

O Vinha Grande 2019, tinto do Douro elaborado pela Sogrape Vinhos, venceu o prémio Compra do Ano, por obter uma pontuação mínima de 16 valores (numa escala de 0 a 20), ter um preço máximo de 10 euros e ser amplamente distribuído e disponibilizado.

Os prémios da Revista de Vinhos são um elogio ao melhor que o setor tem: as pessoas e os projetos que nos fazem ir mais além, enquanto país. Não o teríamos conseguido se tivéssemos optado por ficar dentro de portas ou se praticássemos um jornalismo de secretária. Pelos nossos próprios meios, percorremos todas as regiões do país, do Minho ao Algarve, da Madeira aos Açores. E viajamos pelo mundo, porque o nosso entendimento do vinho e do setor será sempre mundividente, do Brasil ao Chile, de Espanha a Itália, da França ao Uruguai".  Nuno Guedes Vaz Pires, diretor da Revista de Vinhos.