Madeira

Estudo pioneiro sobre habitat marinho na Madeira publicado em revista científica internacional

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Foto Shutterstock

Foi publicado este mês na conceituada revista científica 'Biodiversity and Conservation' o resultado de um estudo pioneiro na Madeira, no âmbito do qual foram produzidos os primeiros mapas detalhados dos bancos de rodólitos — algas calcárias que formam um habitat marinho até agora desconhecido no arquipélago.

Até recentemente, muito pouco se sabia sobre a existência destes importantes organismos nas ilhas da Madeira e do Porto Santo. Os esforços de mapeamento foram iniciados em 2015 e resultaram na publicação de um primeiro trabalho, em 2020, com mapas de habitats para o Parque Natural Marinho do Cabo Girão e, este ano, com a inclusão dos bancos de rodólitos do Caniçal e da ilha de Porto Santo.

"Estas publicações acentuaram a importância da Região no contexto internacional, no que respeita à ocorrência deste importante habitat, que tem um estatuto prioritário de conservação, sendo protegido pela directiva europeia Habitats, pela rede Natura 2000 e pela convenção de Berna", destaca a Associação Madeirense para a Conservação Marinha.

A equipa que levou a cabo este estudo, composta por investigadores do Centro de Ciências do Mar do Algarve e do Observatório Oceânico da Madeira, contou também com o apoio do Instituto das Florestas e Conservação da Natureza e do Museu da Baleia.

Os resultados deste primeiro estudo conduziram também à aprovação recente de um projecto - o 'M3C Madeira Maerl Mapping & Conservation' - com financiamento europeu (nomeadamente do LIFE da União Europeia, do Gabinete Francês para a Biodiversidade e da Agência Francesa para o Desenvolvimento, através do programa Life4Best), que permitirá estender o esforço de mapeamento à totalidade das áreas marinhas protegidas da Madeira e do Porto Santo, e quantificar também os depósitos de carbono contidos nestes bancos de rodólitos e avaliar de forma exaustiva a biodiversidade a eles associada.

Este novo projecto é promovido pela Associação Madeirense para a Conservação Marinha (AMACO) em colaboração com o Centro de Ciências do Mar do Algarve (CCMAR), o Observatório Oceânico da Madeira (OOM) e o Instituto das Florestas e Conservação da Natureza (IFCN IP-RAM). Além do mapeamento dos bancos de rodólitos, o projecto irá também quantificar, através de metodologias inovadoras, os depósitos de carbono e a biodiversidade associados a este fascinante e (ainda) pouco conhecido habitat.