Madeira

Há 9 anos, a população madeirense enfrentava uma terrível vaga de incêndios

No Canal Memória de hoje reveja o que foi notícia a 19 de Julho de 2012

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Às primeiras horas do dia 19 de Julho de 2012, era feito um primeiro rescaldo de um incêndio de grandes proporções que havia deflagrado no final da tarde da véspera na zona do Palheiro Ferreiro, do Funchal, "e varreu vários hectares numa frente que atingiu quilómetros e dirigiu-se num ápice para leste, impulsionado pelo vento e pelo tempo seco, obrigando a evacuar várias moradias e prédios em Pinheira, Neves e Cancela. Algumas famílias foram desalojadas à medida que viam as casas a serem devoradas pelo lume".

Na madrugada desse dia, já se falava em pelo menos uma centena de desalojados, e foi essa informação que a edição impressa do DIÁRIO de há 9 anos dava destaque.  A situação foi tão gravosa que os "Planos de Emergência Municipal e Regional foram activados na sequência dos incêndios, o primeiro pela Câmara Municipal do Funchal e o segundo pelo Governo Regional".

O DIÁRIO noticiava também que a "Polícia Judiciária colocou ontem no terreno três equipas de inspectores a investigar a origem do fogo. A PJ esteve a contactar a PSP e os bombeiros. Após o rescaldo dos incêndios, irá recolher indícios e vestígios susceptíveis de conduzir à suspeita da prática de crime" e que o então ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, chegaria à Madeira nessa manhã "para acompanhar a situação na Região. A notícia da deslocação de Miguel Macedo ocorreu já depois de ter sido decidido enviar para a Madeira um avião C-130 da Força Aérea com 83 homens para auxiliar as autoridades madeirenses no combate às chamas no incêndio do Funchal."

E o incêndio no Palheiro Ferreiro não foi o único a assustar a população. Desde a madrugada de 18 de Julho, o fogo ameaçava a freguesia da Ponta do Pargo. O DIÁRIO relatava que "a população da Ponta do Pargo não se recorda de ver um incêndio tão devastador como aquele que, desde a madrugada de terça-feira, tem lavrado em várias localidades rurais, desde Ribeira das Vacas, Lombada Velha, Salão,Cabo, Carreta, chegando ao Amparo, no ‘coração’ da freguesia, avançando para a Lombada dos Marinheiros, na freguesia vizinha da Fajã da Ovelha, dizimando animais, plantações agrícolas, zonas de pastagens, manchas florestais e destruindo palheiros agrícolas, armazéns e casas de familiares ausentes no estrangeiro."

Infelizmente, os incêndios continuaram nos dias seguintes, com os incêndios a continuar a massacrar a costa Sul da Madeira, agora com especial incidência nas freguesias do concelho de Santa Cruz. "Não havia sinais de abrandamento em zonas bastante fustigadas, como a Camacha e o Caniço". Isso fez com que o Ministério Público abrisse um inquérito ao incêndio com origem no Palheiro Ferreiro e que alastrou a Santa Cruz.

No combate às chamas, que também afectaram os concelhos da Calheta e Porto Moniz, os bombeiros foram inexcedíveis, mas a população teve um papel determinante a evitar danos maiores.

Na altura, voltava a falar-se uma vez mais da adopção de meios aéreos de combate aos incêndios na Região. 

Durante quase uma semana, os incêndios e as suas consequências foram notícia nas edições impressas do DIÁRIO, com relatos de devastação e pedidos de ajuda em várias frentes.

Para saber mais sobre as notícias de há 9 anos, consulte a edição do DIÁRIO do dia 19 de Julho de 2012 através do portal da Direcção Regional do Arquivo e Biblioteca da Madeira através deste link