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Partido venezuelano Vontade Popular acusa regime de conspirar para destruir oposição

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O partido venezuelano Vontade Popular (VP) alertou que o regime está a avançar com uma "conspiração para demolir e desarticular" aquela organização, acabar com o Acordo de Salvação Nacional, da oposição, para depois negociar com quem seja "submisso".

"O regime quer descarrilar o Acordo de Salvação Nacional, que tem como objetivo uma negociação que conduza a eleições livres. Com este estratagema, procuram evitar uma aliança integral com as forças democráticas venezuelanas", afirmou o VP num comunicado.

O alerta tem lugar depois de as autoridades venezuelanas deterem o ex-vice-presidente do parlamento (eleito em 2015), o oposicionista Freddy Guevara, e do atual presidente da Assembleia Nacional, Jorge Rodríguez, pedir ao Ministério Público que ordene a detenção dos dirigentes de VP Gilber Caro, Luís Somaza, Hasler Iglesias e Emilio Graterón, por conspirarem para assassinar o Presidente, Nicolás Maduro.

"O regime é uma ínfima minoria que se mantém pelo poder da repressão, armas e de mecanismos de controlo social. Teme a livre participação do povo", salientou.

O VP alertou ainda que "a ditadura precisa de anular todos os que se lhes opõem". Por isso têm realizado "ataques múltiplos", acrescentou, para concluir: "estão a tentar desmantelar as capacidades de organização e golpeá-la moralmente".

"Fazem-no contra Freddy Guevara, um dos líderes mais importantes do país, contra Emílio Graterón, o nosso coordenador político nacional, contra a comitiva de Juan Guaidó e do seu diretor de gabinete, Luís Somaza, e contra importantes líderes da nossa organização como Gilber Caro, Hasler Iglesias e Javier González", explicou.

No documento, o VP diz ainda estar comprovado que as denúncias feitas contra os seus líderes são "falsas e mal elaboradas".

"Com base em factos publicamente demonstrados como falsos, cometem desaparecimentos forçados, rusgas arbitrárias, usurpação de identidade e falsas provas judiciais, entre outras violações dos direitos humanos. Exigimos a libertação imediata de todos os nossos irmãos sequestrados e de todos os prisioneiros políticos, civis e militares no país", frisou.

No comunicado, o VP prometeu ainda que não cederá às pressões, que "continuará lutando contra a ditadura, até conseguir a liberdade" e diz que chegou o momento dos venezuelanos se mobilizarem.

"Temos que atuar, nunca assumir posições de passividade, sempre ativos, construindo mecanismos para derrotar a ditadura com o exercício da democracia. Com cada passo e decisão devemos manter-nos unidos, organizados e mobilizados", concluiu.

Em 13 de julho o Governo venezuelano voltou a acusar a oposição de estar a armar, com o apoio da Colômbia, "criminosos para desestabilizar" o país e pediu a detenção dos opositores Gilber Caro, Luís Somaza, Hasler Iglesias e Emilio Graterón, do partido opositor Vontade Popular.

A acusação foi feita por Jorge Rodríguez, presidente da Assembleia Nacional, durante uma conferência em que acusou os opositores de envolvimento em planos de conspiração para assassinar Nicolás Maduro e pediu ao Ministério Público que ordene que sejam detidos.

O pedido de detenção dos opositores teve lugar um dia depois de as autoridades venezuelanas tentarem deter, sem sucesso, o líder político opositor Juan Guaidó, detendo, entretanto, o ex-vice-presidente do parlamento (eleito em 2015), o oposicionista Freddy Guevara, que "será acusado dos crimes de terrorismo, de atentado contra a ordem constitucional, de associação para cometer um crime e de traição à pátria".