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Um em cada três países sem medidas para retomar ritmo da educação pré-covid-19

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Um em cada três países não tomou qualquer medida para ajudar os estudantes a recuperar o ritmo escolar anterior à pandemia, segundo um relatório internacional ontem divulgado sobre as medidas sanitárias no âmbito educativo em 142 países.

O levantamento sobre a educação nacional perante o fecho das escolas imposto pela pandemia de covid-19 foi elaborado pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), o Banco Mundial e a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE).

Menos de um terço dos países de baixos e médios rendimentos informou que os seus estudantes tinham voltado ao ensino presencial, o que aumentou o risco de perda de aprendizagem e de abandono escolar, alerta este estudo, realizado entre fevereiro e maio deste ano.

"Queremos que a educação seja a principal prioridade na agenda comum", afirmou a diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, sublinhando que as escolas devem ser "o primeiro local a abrir e o último a fechar".

Muitos países melhoraram as normas de segurança e higiene nos centros educativos, mas cerca de 28% cancelou vários exames do primeiro ciclo do ensino secundário e 18%, do segundo, aponta o estudo, o primeiro em que colaboraram estas organizações internacionais.

Em 2020, as escolas de todo o mundo estiveram fechadas por completo durante uma média de 79 dias letivos, ou seja, cerca de 40% da média do total de dias letivos nos países da OCDE e do G20.

O relatório foi ontem apresentado na Reunião Mundial sobre a Educação 2021, na qual 90 ministros de todo o mundo defenderam mais cooperação e multilateralismo em matéria de educação para combater as consequências da pandemia e apoiaram a proposta da UNESCO sobre a melhoria dos mecanismos globais.

A ministra da Educação colombiana, María Victoria Angulo González, que falou em nome da América Latina e das Caraíbas, admitiu que a pandemia "aprofundou as desigualdades" no seu continente e classificou esta época como "a mais desafiante" até agora para a educação.

O seu homólogo francês, Jean-Michel Blanquer, sustentou que os valores da educação são comuns e que é necessária "uma visão global da educação, ainda que haja competências nacionais".

O estudo também indica que, em algumas regiões, apenas foram revistas as políticas de acesso, especialmente para as raparigas, e que as adolescentes dos países de rendimentos baixos e médios são as que correm mais riscos de não voltar à escola.

"França é a favor da educação para toda a gente e, por isso, dedica 100 milhões anuais a ela", sublinhou Blanquer, assegurando que a prioridade do seu país -- onde se realizará a próxima sessão mundial dedicada à educação -- "é centrar-se nos mais frágeis, nas meninas e nas mulheres".