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Brasil regista 98.832 casos e tem segundo dia com mais infeções de sempre

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O Brasil contabilizou 2.495 mortes e 98.832 novos casos de covid-19 nas últimas 24 horas, o segundo dia com mais infeções diárias desde o início da pandemia, segundo dados do executivo hoje divulgados.

O número de novos casos hoje registados supera apenas os de 25 de março último, quando o país contabilizou 100.158 diagnósticos positivos num só dia.

No total, o Brasil concentra 17.801.462 casos positivos do novo coronavírus e aproxima-se das 500 mil vítimas mortais (498.499), num momento em que os números parecem confirmar a tese de especialistas de saúde, que há semanas anunciam a chegada ao país de uma terceira vaga da pandemia.

De acordo com o último boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde, a taxa de incidência da doença em solo brasileiro é agora de 237 mortes e 8.471 casos por 100 mil habitantes, e a taxa de letalidade permanece em 2,8%.

São Paulo, o estado mais rico e populoso do país, com 46 milhões de habitantes, continua a ser o foco da pandemia no Brasil, totalizando 3.552.727 casos positivos e 121.238 óbitos, e voltou a registar uma tendência de aumento no número de mortes esta semana, o que não acontecia desde 12 de abril.

A nível global, o Brasil, com 212 milhões de habitantes, é o segundo país com mais mortos em todo o mundo em números absolutos, depois dos Estados Unidos, e o terceiro com mais infeções, antecedido pelos norte-americanos e pela Índia.

Nas últimas 24 horas, o Brasil foi ainda o país que registou mais óbitos e diagnósticos de covid-19 em todo o mundo, de acordo com o painel Worldometer.

A média móvel diária de mortes no Brasil voltou hoje a aumentar e chegou a 2.037. Em comparação com o verificado há 14 dias, registou-se um aumento de 24,3%, sinalizando uma tendência de crescimento no número de óbitos em todo o país.

Num momento em que o Governo brasileiro está sob investigação numa Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) devido a alegadas falhas na gestão da pandemia, como atrasos na compra de vacinas, setores de oposição ao Presidente, Jair Bolsonaro, voltam às ruas no sábado para uma nova manifestação pela sua destituição do cargo presidencial.

Os protestos contra Bolsonaro e a sua gestão da pandemia são aguardados em todas as 27 unidades federativas do Brasil, assim como no exterior, incluindo em Portugal.

As manifestações são convocadas e apoiadas por movimentos sociais, partidos políticos, centrais sindicais, entidades estudantis e grupos feministas e antirracistas, e ocorrerão menos de um mês após os protestos de 29 de maio, que atraíram centenas de milhares de pessoas às ruas de todo o país.

O relator da CPI, senador Renan Calheiros, anunciou hoje uma lista de 14 pessoas que sairão da condição de testemunha e passarão a investigados pela comissão de inquérito.

Constam nessa lista nomes como o do atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, os ex-ministros da Saúde, Eduardo Pazuello, e das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e ainda o ex-secretário de Comunicação Social da Presidência, Fabio Wajngarten.

O senador afirmou ainda que a CPI estuda a possibilidade, inclusive, de investigar o próprio Presidente, Jair Bolsonaro.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.844.390 mortos no mundo, resultantes de mais de 177,3 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.