A mentira liberal

O IL decidiu seguir o mau exemplo do PCP com a festa do Avante (FA) e avançou com o seu arraial de Stº. António, com a agravante de o ter feito contrariando instruções da autoridade de saúde e quando a pandemia da Covid 19 está a crescer em Lisboa. Ao manifestar há 1 ano a sua oposição à realização da FA o IL alegou haver “dois pesos e duas medidas em matéria de grandes eventos” e que a realização da mesma colocava em causa “os sacrifícios dos últimos meses” dos portugueses para contenção da referida pandemia. Quando o presidente do IL procura justificar as suas contradições desdizendo hoje aquilo que disse há 1 ano em relação ao PCP, tendo mesmo o topete de afirmar que tomou todas as medidas de segurança possíveis como se o PCP não tivesse feito o mesmo, demonstra que ao contrário daquilo que pretende aparentar através das suas intervenções políticas, é apenas e só mais um daqueles políticos para quem a política é sinónimo de mentira ainda que no seu caso disfarçada de uma certa arrogância bacoca. O liberalismo como teoria política tem o seu calcanhar de Aquiles precisamente naquilo que o diferencia de outras teorias políticas democráticas que é a apologia do mercado livre e da sua capacidade de auto-regulação que na prática nunca funcionou e que obrigou governos como o dos EUA a pôr em vigor leis anti-trust para impedir o aparecimento de monopólios e oligopólios cujo poder económico desmesurado não só era impeditivo da livre concorrência como ameaçava a soberania do próprio estado. Não deixa de ser interessante constatar a “benevolência” política com que alguns prosélitos da esquerda e da extrema esquerda, ao mesmo tempo que “aceitam” o IL cuja ideologia tem por base tais pressupostos políticos, se encarniçam contra o PSD cuja matriz ideológica é a social-democracia que se opõe aos extremismos ideológicos dos vários “ismos” sejam de direita ou de esquerda. Ditaduras de direita e de esquerda são iguais a violar a liberdade e a democracia.

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