A volta da corrupção

É triste, profundamente dececionante e extremamente estranho, vermos as dificuldades que este triste País está encontrando para que se crie legislação adequada para combater um dos maiores flagelos de que padece e que o classifica como um dos mais corruptos países da velha Europa.

Afinal a quem interessa que não se combata como deve ser a corrupção?

Será ainda ao Salazar e aos salazaristas que já morreram (quase) todos?

Não, não é.

E devemos ser claros nisto.

Os que, sistematicamente, se opõem pela criminalização do enriquecimento ilícito, são os que, presumivelmente, já se corromperam, se corrompem ou pretendem corromper-se.

Ou seja, os que já enriqueceram de modo ilícito, os que estão enriquecendo e os que aspiram enriquecer dessa maneira.

Não há nem pode haver outra explicação.

Pessoas sérias, íntegras e que pretendam enriquecer – todos estão no seu direito – através do seu trabalho, dos seus negócios transparentes ou de outra qualquer ação ou função que desempenhem seriamente, não pactuam com a corrupção, não defendem ou protegem os corruptos e muito menos dão azo a que essa mesma corrupção prolifere pelo País à custa dos mesmos de sempre.

Das pessoas sérias, honestas, que vivem do seu trabalho, arcando com impostos cada vez mais descomunais e vendo o “custo de vida” a se agravar em cada dia que passa!

Às vezes, pensamos que, o “crime”, não é ser corrupto é falar em combater a corrupção.

Se após Abril 74 (antes nem se fala) houve democracia em Portugal, ela está extinta.

Ou então, se foi esta a democracia que nos encomendaram, por favor a devolvam à procedência porque a esmagadora maioria dos portugueses está insatisfeita com ela.

Não tragam de volta o chamado “fascismo”, nem a PIDE, porque ninguém os quer, mas procurem no “mercado europeu” um modelo democrático adequado às necessidades do povo e do País e façam desaparecer esta “cópia grotesca de democracia e socialismo” que o povo cada vez mais vai repudiando nos atos eleitorais.

Há tempos uma revista internacional dizia que, “Portugal não era um País totalmente democrático” e há poucos dias um dos melhores Semanários portugueses, dava conta através de sondagens independentes que, 80% dos portugueses manifestavam insatisfação pela democracia existente no País.

Se continuarmos por este caminho não tarda que cheguemos à conclusão de que, o mesmo número de pessoas que estão com esta democracia e socialismo é igual ao mesmo número que estava – noutros tempos – com o fascismo.

E, exatamente, pelos mesmos motivos!

Porque estão bem. Satisfeitos pelos “tachos”, pelas principescas reformas, impunes perante os seus atos ilegais, protegidos pelo regime e pela justiça.

Só que os de hoje têm algo que os outros não tinham. LIBERDADE (QUASE) TOTAL!

Os protegidos de antigamente também tinham liberdade, mas, simultaneamente, tinham também um certo respeito ou medo, “predicados” que, os de hoje não precisam ter.

Na hora que concluímos este artigo ouvimos que, finalmente, o governo acaba de tomar medidas contra a corrupção, o que não invalida de todo o que atrás foi escrito.

Juvenal Pereira