Madeira

PRR não significa ajuda imediata às empresas de turismo da Madeira

Ministro do Planeamento, Nelson de Souza, falou por videoconferência nas jornadas parlamentares do PS-Madeira

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Foto Hélder Santos/ASPRESS

Em termos de apoios às empresas, “é absolutamente imperioso que haja um apoio específico ao sector do turismo, sobretudo num apoio mais imediato de saída à crise, o que não é possível muitas vezes encontrá-lo no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR)" traçado para Portugal.

As afirmações são do ministro do Planeamento, Nelson de Souza, que hoje participou, por videoconferência, nas jornadas parlamentares do PS-Madeira, organizadas no Salão Nobre da Assembleia Legislativa da Madeira.

Em resposta a uma pergunta colocada pelo deputado do PS-Madeira, Sérgio Gonçalves, que questionava de que forma as empresas ligadas ao sector turístico na Madeira poderiam ter acesso à ‘bazuca’ de 561 milhões de euros afectos à Região, Nelson de Souza adiantou que o PRR “é um programa de apoio a reformas e aquilo que estes sectores precisam não é, para já, de investimento estrutural", isto é, "precisam é de um apoio prévio de saída à crise”.

O ministro indicou então o programa ‘React’, que dota a Madeira de 80 milhões de euros, por ser “um instrumento muito mais adaptado a apoiar estes sectores”.

Há "muita cobiça aos milhões do PRR" na Madeira

Paulo Cafôfo encerrou as jornadas parlamentares do PS-Madeira tecendo duras crítcas ao Governo Regional e à forma como o executivo madeirense tenciona aplicar as verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).

No PRR haverá possibilidade de apoio muito significativo para medidas de descarbonização, digitalização e capitalização para o turismo, o que não corresponde às necessidades mais imperativas destas empresas Nelson de Souza

Ainda em relação ao PRR, Nelson de Souza lamentou o facto do executivo madeirense não ter incluído as autarquias no plano de investimento, contrastando com aquilo que se passa a nível nacional, onde "entre 25 e 30% do PRR será aplicado pelos municípios, em questões de habitação e de respostas sociais".

Dinheiro do PRR não chega às autarquias da Madeira e obriga a endividamento no Funchal

O presidente da Câmara Municipal do Funchal, Miguel Silva Gouveia, lamentou hoje o "modelo fechado do Governo Regional" relativamente à aplicação do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) na Madeira.

Sobre os 5% do PRR destinados à Madeira, "aquilo que ficou entendido é que 4% da verba seria programada através de programas propostas e preparados pelo seu Governo Regional que totalizam os 561 milhões de euros". Os restantes 136 milhões de euros, "aquilo que se articulou desde o início, é que poderiam ser preenchidos pela candidatura de projectos da Madeira às medidas de âmbito nacional" e "na justa medida que sejam elegíveis”.