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Aprovada audição do ministro da Defesa sobre ataque em Cabo Delgado

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O parlamento aprovou hoje o requerimento do CDS para a audição do ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, sobre os ataques terroristas na província de Cabo Delgado e a presença portuguesa na região.

O requerimento centrista foi aprovado hoje na comissão parlamentar de Defesa Nacional por unanimidade.

No documento, entregue a 30 de março, o CDS recordou que os sucessivos ataques que ocorreram na província moçambicana de Cabo Delgado, "por parte do grupo o Al-Shabab" - que tem filiação ao 'braço' em África do autodenominado Estado Islâmico do Iraque e da Síria - já causaram "milhares de mortes e mais de 700.000 deslocados".

"Nos últimos dias a situação agravou-se de forma substancial, evoluindo para um verdadeiro clima de guerra civil, com todas as consequências daí decorrentes", lê-se no texto dos centristas, lembrando também que "recentemente o Governo anunciou o envio de 60 militares portugueses para formar congéneres moçambicanos".

O CDS-PP considerou que o parlamento "não se pode alhear deste grave problema humanitário", ideia hoje vincada em comissão pelo deputado centrista Pedro Morais Soares.

A violência armada em Cabo Delgado começou há mais de três anos, mas ganhou uma nova escalada há mais de duas semanas, quando grupos armados atacaram pela primeira vez a vila de Palma, que está a cerca de seis quilómetros de multimilionários projetos de gás natural.

Os ataques provocaram dezenas de mortos e obrigaram à fuga de milhares de residentes de Palma, agravando uma crise humanitária em que já morreram mais de 2.500 pessoas e 700 mil pessoas estão deslocadas desde o início do conflito.

Vários países têm oferecido apoio militar no terreno a Maputo para combater estes insurgentes, mas, até ao momento, ainda não existiu abertura para isso, embora haja relatos e testemunhos que apontam para a existência de empresas de segurança e de mercenários na zona.