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África do Sul suspende utilização da vacina Johnson & Johnson por precaução

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A África do Sul suspendeu hoje a administração da vacina Johnson & Johnson como "medida de precaução", no seguimento da decisão da agência norte-americana do medicamento de interromper o seu uso enquanto se investigam casos de coágulos sanguíneos.

O país sul-africano já administrou mais de 289 mil doses da vacina da farmacêutica Janssen a profissionais de saúde daquele país sem qualquer relatos de coágulos sanguíneos, realçou o ministro da Saúde, Zweli Mkhize.

O responsável pela pasta da saúde na África do Sul destacou, citado pela agência AP, que o país suspendeu a vacinação da Johnson & Johnson (J&J) "por precaução" e espera que as dúvidas relativas à sua utilização sejam "esclarecidas em questão de dias".

No mês passado, a União Africana anunciou a assinatura de um acordo para comprar até 400 milhões de doses da vacina J&J.

As autoridades de saúde dos Estados Unidos recomendaram hoje "uma pausa" na administração da vacina anti-covid-19 de dose única Johnson & Johnson, para permitir investigar relatos de coágulos sanguíneos potencialmente associados à toma do fármaco.

O Centro para Controlo e Prevenção de Doenças e a Food and Drug Administration (entidade reguladora de alimentos e medicamentos dos Estados Unidos) avançaram, numa declaração conjunta, estar a investigar coágulos sanguíneos detetados em seis mulheres nos dias a seguir a terem tomado a vacina desta farmacêutica, em combinação com contagens de plaquetas reduzidas.

Mais de 6,8 milhões de doses da vacina Johnson & Johnson (J&J) foram já administradas nos Estados Unidos.

A Agência Europeia do Medicamento está a "acompanhar de perto" os desenvolvimentos relacionados com a vacina contra covid-19 de dose única da Johnson & Johnson, informou hoje a Comissão Europeia, confirmando o impacto na vacinação na União Europeia (UE).

"Os desenvolvimentos de hoje com a vacina J&J nos EUA estão a ser acompanhados de perto pela EMA e pelos seus organismos de farmacovigilância, em cooperação com a FDA [agência federal do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos Estados Unidos] e outros reguladores internacionais", disse a comissária europeia da Saúde, Stella Kyriakides.

Através de uma publicação na rede social Twitter, a responsável confirmou que a administração na UE "foi colocada em pausa pela empresa", após a própria farmacêutica Johnson & Johnson ter informado que tomou a decisão de atrasar a distribuição para a Europa.

"A segurança da vacina é sempre primordial", adiantou Stella Kyriakides na mensagem sobre esta polémica, que se junta a outras na UE como atrasos na entrega de vacinas contra a covid-19 por parte da farmacêutica da AstraZeneca e dos efeitos secundários do seu fármaco, também com uma possível ligação a casos de formação de coágulos sanguíneos, ainda que raros.

Atualmente, estão aprovadas quatro vacinas na UE pela Agência Europeia do Medicamento: Pfizer/BioNTech (Comirnaty), Moderna, Vaxzevria (novo nome da vacina da AstraZeneca) e Janssen (grupo Johnson & Johnson, que estará a partir de agora em distribuição).