O pior que pode acontecer num País é haver JULGAMENTOS EM PRAÇA PÚBLICA. Pior ainda, condenar-se alguém em Praça Pública. Pessoas, cidadãos, muitos sem qualquer formação na área, de baixo nível cultural, a darem opiniões sem qualquer propriedade. Portugal é um Estado de Direito onde prevalece o chamado Princípio da Presunção de Inocência, onde existe o Nulum crimen sine lege, onde o Direito ao bom nome, à reputação, à intimidade da vida privada, são constitucionalmente garantidos. Aquilo que se passou ontem foi, felizmente, a Justiça a funcionar. O Magistrado, mediante as provas que tinha em seu poder, decidiu, fundamentadamente, de acordo com a Lei Penal e Processual Penal. O Magistrado, o Juíz, não é um Super Juíz, é apenas um Juíz, sujeito à Lei e ao Direito. Trata-se de um Processo Complexo, infelizmente mediatizado, excessivamente mediatizado, o que só vem prejudicar o seu normal andamento. Deixemos a justiça fazer o seu caminho, difícil, muito difícil, tenhamos noção disso, mas com certeza, sempre norteada por princípios de justiça, equidade, igualdade, entre os diversos intervenientes.

Roberto Silva