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UE mantém sanções contra Moscovo por envolvimento no conflito ucraniano

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O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, assegurou hoje, em solo ucraniano, que a União Europeia (UE) irá manter as sanções contra a Rússia devido ao apoio fornecido aos separatistas pró-russos no conflito no leste da Ucrânia.

O alto responsável europeu visitou hoje o leste ucraniano, região que é cenário de um conflito desde 2014, no âmbito de uma visita oficial de dois dias à Ucrânia, a primeira que faz ao país.

"Infelizmente, a Rússia não respondeu às medidas positivas tomadas por Kiev" no quadro do processo de paz, declarou Charles Michel, ao lado do Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskiy.

E prosseguiu: "É por isso que as nossas sanções económicas contra a Rússia vão permanecer em vigor".

O presidente do Conselho Europeu considerou ainda que a Rússia assumiu o papel "de parte interveniente no conflito e não de um mediador".

Moscovo sempre rejeitou qualquer envolvimento militar no conflito no leste ucraniano, apesar das denúncias internacionais constantes e dos factos relatados e constatados por vários 'media'.

Kiev e o Ocidente têm acusado a Rússia de fornecer armas aos separatistas pró-russos e de ter destacados militares para o leste ucraniano.

Nesta visita ao leste ucraniano, uma região marcada profundamente pela pobreza, Charles Michel anunciou o lançamento de um programa de ajuda económica.

O bloco comunitário também vai ajudar a criar pontos de passagem adicionais na linha da frente desta região, cujo quotidiano ainda tem sinais de conflito.

A visita do alto responsável europeu ao leste ucraniano foi antecedida por incidentes violentos, em meados de fevereiro, que fizeram oito mortos nas forças militares ucranianas, em desrespeito à frágil trégua que se mantinha desde o verão de 2020.

A guerra no leste ucraniano já fez mais de 13 mil mortos desde o seu início em 2014, conflito desencadeado após forças políticas pró-ocidentais terem assumido o poder em Kiev e depois de Moscovo ter anexado a península ucraniana da Crimeia.

Em 2015 foram assinados os acordos de paz de Minsk, mas este texto político de iniciativa internacional transformou-se em letra morta e as disposições foram regularmente violadas, nomeadamente as tentativas de tréguas.

No ano passado, a Ucrânia relatou a morte de 50 militares nas suas fileiras no leste ucraniano, um número inferior quando comparado com as 100 baixas militares registadas em 2019.

Nesta visita de dois dias à Ucrânia, um dos países mais pobres da Europa, o presidente do Conselho Europeu vai encontrar-se, na quarta-feira, com representantes de instituições envolvidas no combate à corrupção e tem prevista uma conferência de imprensa conjunta com o Presidente Zelenskiy.

Já hoje em solo ucraniano, Charles Michel incentivou a Ucrânia a reformar urgentemente o seu sistema judicial e a continuar a trabalhar na luta contra a corrupção e no reforço do Estado de Direito.