Boa noite!

Esta não é uma noite qualquer. É a noite em que o jornalismo sangra. É a noite em que a solidariedade genuína se agiganta. É a noite em que muitos finalmente despertam para a urgência de intervir sem hesitações em processos que julgavam definitivos e eternos.

A gerência da ‘Notícias 2000 FM’, empresa detida em partes iguais pela EDN e pela Rádio Notícias, procedeu hoje ao despedimento colectivo dos jornalistas da TSF-Madeira. Fê-lo com base em argumentos de natureza financeira, passíveis de debate público, mesmo que de natureza privada. Fê-lo garantindo cumprir o que define a lei, dando início a um processo com etapas que importa respeitar em vez de queimar. Fê-lo, mesmo que avisada para os inevitáveis efeitos colaterais e para as leituras sempre associadas a um acto de gestão que liquida sonhos e mexe com pessoas.

Cabe agora aos três jornalistas que hoje foram confrontados com a decisão administrativa lutar por direitos, tomar decisões que julgarem acertadas e até dar expressão à revolta. Opções que a exemplo da profissão de vida não dispensam a lucidez geradora do rigor e os bons conselhos que fortalecem a verdade.

Como parte duplamente interessada, cabe-me ainda confortar quem amo e encontrar soluções editoriais para o futuro. Dói, mais uma vez, mesmo tendo a certeza que o pedido do nosso amigo comum que tem paixão pela rádio é uma ordem que não se alimenta de hipocrisias. “Não deixes morrer a rádio”, desafia-me nesta longa noite primaveril. Faremos por isso.

Aos que trouxeram a rádio até aqui, a nossa gratidão. É também por eles que a TSF vai continuar.