O dia do Pai

Acabamos de celebrar o DIA DO PAI! Todos os anos há quem não possa comemorar este dia, porque a LEI DA VIDA não perdoa e essa figura transcendente na vida dos filhos, sai dos seus convívios e parte para um rumo desconhecido que acreditamos ser o que é indicado por Deus.

Desde o princípio do ano transato até aos dias de hoje – e Deus lá sabe ainda até quando! – uma tenebrosa pandemia muitos pais levou prematuramente. Foram milhões em todo o mundo os filhos que perderam os seus ente-queridos na sequência desta nefasta doença.

Aos que foram nada se lhes pode fazer, salvo rezar pelas suas almas, mas sobre aos que (ainda) ficaram é tempo de uma profunda reflexão.

Muito pai anda neste mundo e, particularmente, no nosso País, marginalizado, esquecido e mal tratado por aqueles e aquelas que a última coisa que pensam é em saber como ele está.

Vergados, muitas vezes, ao peso da idade, vivendo isolados e padecendo de várias doenças, algumas de enorme sofrimento, o seu consolo seria poder ver os seus filhos, sentir o seu apoio e carinho e veem a vida a se esfumar sem concretizarem esses seus legítimos anseios.

Se é verdade que, a vida agitada dos nossos dias, nem sempre possibilita a que muitos filhos e filhas possam dispensar o tempo que desejariam para visitar o seu pai, fazer-lhe companhia e dar-lhe o apoio moral que necessita, também é verdade que muitos filhos e filhas arranjam tempo para tudo menos para olhar o homem que contribuiu para a sua vinda a este mundo.

Infelizmente vivemos numa sociedade cada vez mais egoísta, desumana, individualista

Colocá-los em LARES não é algo criticável, pois nem sempre é possível mantê-los em casa, mas deixa-los sem visitar, ou vê-los só quando não têm mais nada que fazer, é uma atitude deplorável, inadmissível, profundamente chocante.

E são muitos os que vivem essa dolorosa situação.

Este “Dia do Pai” que acabamos de celebrar, provavelmente foi dos mais tristes e dramáticos, vividos nas nossas vidas, aqui e em todo o mundo, pelas razões conhecidas.

Muitos filhos e filhas que amavam o seu pai e a ele dispensavam o seu carinho e amor, e que, de um momento para outro, os viram partir, sem que nada o fizesse prever, a dor sentida neste dia que lhes era dedicado não é possível avaliar.

Ao contrário, queremos acreditar que, muitos são os que sentem remorsos, os que se debatem com sentimentos de culpa por não terem feito pelo seu pai aquilo que lhes competia.

Oxalá que este “Dia do Pai” fosse devidamente comemorado por aqueles que ainda têm o privilégio de os possuir. Mas fosse também um dia de reflexão para aqueles que podendo fazer, nada fazem, em prol dos seus “velhinhos” ainda vivos.

Sabemos que nem todo o pai, foi bom pai, mas, paradoxalmente, (pelo que ouvimos, vimos e conhecemos) os mais marginalizados foram e são os que atravessando épocas extremamente difíceis conseguiram cumprir a contento com o seu dever de pai.

Hoje, nesta sociedade desequilibrada em que vivemos, acreditamos que existem muitos mais filhos e filhas com razões de queixas do pai.

Note-se que, este texto inclui as MÃES só não as referimos por tratar-se do DIA DO PAI!

Juvenal Pereira