Alterações Climáticas Mundo

Presidente da cimeira do Clima elogia compromissos para abandonar combustíveis fósseis

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Foto EPA/ROBERT PERRY

O presidente da cimeira mundial do clima de Glasgow, Alok Sharma, elogiou hoje os compromissos alcançados para abandonar gradualmente os combustíveis fósseis, vaticinando que "o fim do carvão está à vista".

Cerca de 42 países subscreveram uma declaração que defende o fim da construção de novas centrais elétricas de carvão, comprometendo-se a promoverem fontes energéticas limpas.

Sharma destacou, em declarações aos jornalistas, que foram mobilizados na cimeira cerca de 18 mil milhões de dólares (15,5 mil milhões de euros) para financiar esta transição energética.

Mais de 120 líderes políticos e milhares de especialistas, ativistas e decisores públicos reúnem-se até 12 de novembro em Glasgow, no Reino Unido, na 26.ª Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP26) para atualizar os contributos dos países para a redução das emissões de gases com efeito de estufa até 2030.

"Os países estão a virar as costas ao carvão e avançam para fontes de energia mais baratas e renováveis", afirmou Alok Sharma, que dirige a COP26, cuja sessão de trabalhos foi hoje dedicada à transição energética.

Segundo Sharma, a transição energética, para a qual bancos de desenvolvimento, iniciativas filantrópicas e o setor privado estão a "ajudar os países em todo o mundo", deve ser justa.

O presidente da COP26 disse que os compromissos hoje anunciados no âmbito da energia irão contribuir para que se cumpram as condições para limitar o aquecimento global a 1,5ºC, assinalando que desde a assinatura do Acordo de Paris, em 2015, os projetos de novas centrais de carvão caíram em 76% a nível mundial.

O Acordo de Paris estabeleceu como meta limitar o aumento da temperatura média global do planeta entre 1,5ºC e 2ºC acima dos valores da época pré-industrial.

Apesar dos compromissos assumidos, as concentrações de gases com efeito de estufa atingiram níveis recorde em 2020, mesmo com a desaceleração económica provocada pela pandemia da covid-19, de acordo com a ONU, que estima que ao atual ritmo de emissões as temperaturas serão no final do século superiores em 2,7ºC.