Coronavírus Madeira

Procura pelos testes quase faz parar farmácias

Dispensa de medicamentos fortemente penalizada pelas filas de espera

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Há farmácias quase bloqueadas pela corrida aos testes de antigénio, face aos constrangimentos que provoca também no serviço de dispensa de medicamentos.

É o caso da concorrida Farmácia da Nazaré, em São Martinho, que ao final da manhã tinha dezenas de utentes à porta de senha na mão, muitos dos quais na falsa expectativa de conseguirem hoje ser testados à covid-19.

Era o caso de Isabel Schmidt, que de senha na mão, aguardava a vez “há cerca de uma hora” na esperança de marcar o teste obrigatório. “A minha fila não anda. A minha sorte é que sou desempregada. Se tivesse de cumprir horário estava lixada”, disse, pouco antes de saber que a longa espera havia sido em falso. A presença do DIÁRIO no local, levou Andreia da Silva, directora técnica da Farmácia São Martinho, a vir à porta do estabelecimento e dirigir-se aos presentes, para dar a informação que muitos não queriam ouvir.

“Hoje, amanhã, domingo não há marcações de testes [antigénio] porque está tudo cheio. Domingo não fazemos e o que está marcado hoje e amanhã são marcações normais, nem tem a ver com o facto da notícia de ontem (medidas anunciadas pelo Governo Regional). Eram marcações que já estavam marcadas de há uma ou duas semanas”, esclareceu.

Perante a inquietação dos que (des)esperavam à porta da farmácia, a responsável e única farmacêutica de serviço na ocasião, confessou ser incapaz de dar resposta a tanta procura.

“Como imaginam, nós não tivemos capacidade de nos organizar ainda. Por isso na segunda-feira vai ter de haver uma outra estratégia e termos mais pessoas, para ter enfermagem porque a farmácia não pode parar, que é o que está a acontecer”, admitiu. “Não estamos com mão-de-obra para conseguir satisfazer”, admitiu.

Perante a incapacidade em conseguir dar resposta a tanta procura, esclareceu que a prioridade seria atender os utentes que ali estavam para dispensa de medicação e não teve alternativa senão assumir aos outros presentes, os que ali estavam para fazer teste antigénio, “não vale a pena estarem à espera”, declarou.

Na melhor das hipóteses, só na próxima segunda-feira, dia para reorganizar a capacidade de resposta desta farmácia inserida num dos mais populosos conjuntos populacionais da região. “Vamos ter de ter uma alternativa”, suspirou.

Entretanto esclareceu à nossa reportagem a razão de já não aceitar a marcação prévia de testes, o que obriga os utentes a sujeitarem-se à ordem de chegada, por ainda não saber qual será a capacidade de resposta em enfermagem que terá na próxima semana. Sabe apenas que “isto vai ter de ser tudo estruturado. Não vai ser nada como estava a ser”, admitiu, ainda sem ter a noção do que poderá ser feito para minimizar constrangimentos.

Face às explicações, uma das mulheres que seria das próximas a ser atendida, não teve outro remédio senão exclamar: “Minha mãe santíssima”.