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Futuro

Estou certo igualmente que o Paulo (cafôfo) ainda dará muito à sua terra num futuro próximo

Com o País em meio suspense devido à embrulhada negocial da proposta de Orçamento de Estado, que pode resultar em eleições antecipadas, em alerta vermelho devido ao aumento do preço dos combustíveis, que tem impactos negativos substanciais na maioria dos sectores de atividades, e em estado de ansiedade com as perspetivas de futuro, antes de se começar a receber e executar as verbas do Plano de Recuperação e Resiliência, o período pós eleições autárquicas tem vários ingredientes para resultar num pântano político e económico.

Na Madeira, os resultados eleitorais traçaram rumos diferentes para os dois principais partidos, PSD e PS, com o primeiro a recuperar a capital da Região, mantendo as restantes autarquias onde governava, e com o PS a perder o principal município conquistado em 2013 em coligação, mantendo no entanto as restantes três autarquias que governava, Machico, Porto Moniz, e Ponta do Sol, todas com maioria absoluta.

Sendo certo que o resultado no Funchal foi uma derrota com responsabilidades claras de quem assumiu a candidatura, a liderança do PS não se poderia refugiar em narrativas básicas para continuar em funções, quando os factos são que se perdeu efetivamente apoio dos eleitores no Funchal, perdeu-se a capital e maior município da RAM, perdeu-se 4 juntas de freguesia, o adversário teve maioria absoluta em todos os órgãos autárquicos que conquistou, entrando num ciclo político de difícil inversão. Não foram acontecimentos de somenos.

O Paulo Cafôfo teve uma atitude digna, como pouco se vê na política, fiel aos seus princípios e valores, publicamente reconhecida embora lamentada, pois era e é verdadeiramente uma personalidade única, configurando a mudança política que uma grande parte dos madeirenses ansiava. Fecha-se um ciclo, infelizmente interrompido, e necessariamente começará outro. Estou certo igualmente que o Paulo ainda dará muito à sua terra num futuro próximo.

Com um Governo Regional sustentado numa maioria absoluta de dois partidos, com a reconquista da maioria dos municípios e particularmente o Funchal, com o controle claro e evidente da comunicação social, seja televisão seja imprensa escrita, embalados por poderes empresariais e económicos, lemos agora no jornal oficial a euforia incontinente das “cúpulas” dirigentes que já fazem planos para prolongar este estado de poder por mais 18 anos. São como os bonecos do “Toy Story” onde já sonham com o infinito e mais além…

Quanto ao PS Madeira não haverá outro caminho senão cerrar fileiras e iniciar uma reflexão estratégica muito séria de modo a estruturar o futuro próximo e que passará pelas eleições regionais de 2023.

Não será tempo para decisões precipitadas, mas sim para ponderação e diálogo, de modo a com tempo e espaço encontrar as soluções que melhor possam unir o partido, manter a coesão e motivação entre os militantes e apoiantes, e com um caminho e estratégia que cumpra com os objetivos que se decida delinear.

A única solução que cumpre com todas as condições para ser a próxima Presidente do PS Madeira é, na minha opinião, a Célia Pessegueiro. Espero e desejo que seja essa a sua decisão. Da minha parte terá todo o apoio e, julgo bem, também da larga maioria dos militantes.