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Biden confronta Putin com Direitos Humanos, Espionagem e Afeganistão

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O Presidente norte-americano, Joe Biden, confrontou hoje o seu homólogo russo Vladimir Putin, na primeira conversa telefónica entre ambos, com a detenção do oposicionista russo Alexei Navalny e atos de espionagem eletrónica e incitamento dos Talibã afegãos.

Na chamada, Biden divergiu da postura mais complacente do seu antecessor, Donald Trump, em relação à Rússia, procurando aumentar a pressão sobre Putin, mas também preservar espaço para a diplomacia entre os dois países, numa altura em que se aproxima o fim da vigência do tratado de controlo de armas nucleares entre os dois países, no início do próximo mês, segundo dois responsáveis da administração Biden ouvidos pela AP.

Na chamada, solicitada por Putin na semana passada, Biden defendeu que os dois países devem concluir uma extensão por cinco anos do tratado New START, o último entre os dois países sobre a questão, adiantaram as mesmas fontes.

Nos últimos dias, o sucessor de Trump manteve contactos com os aliados europeus, nomeadamente o Reino Unido, França e Alemanha, e ainda hoje conversou com o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg.

Biden disse hoje a Putin que a sua administração está a avaliar o impacto do ataque cibernético SolarWinds, que penetrou nos sistemas informáticos de diversos departamentos do Governo norte-americano, incluindo o do Tesouro, e ainda informações de que a Rússia ofereceu recompensas a militantes radicais islâmicos Talibã para matar soldados norte-americanos no Afeganistão.

O Presidente norte-americano, ainda segundo as mesmas fontes, disse mesmo que os Estados Unidos podem retaliar, através de sanções, para se assegurarem de que a Rússia não comete tais atos com impunidade.

Em relação às alegadas interferências russas nas eleições norte-americanas de 2016 e 2020, Biden disse a Putin ter elementos concretos sobre as mesmas.

Outro assunto levantado pelo novo Presidente foi a detenção do oposicionista russo Alexei Navalny, e a repressão de manifestantes pacíficos, com recurso a violência pelas forças policiais, que no passado sábado a Administração norte-americana já tinha condenado.

As forças de segurança russas detiveram mais de 3.500 pessoas nas manifestações de apoio a Navalny, que ocorreram em todo o país.

Alexei Navalny foi detido no dia 17 de janeiro, ao voltar à Rússia depois de cinco meses de convalescença na Alemanha devido a um envenenamento, acusado de ter violado, ao sair do país, a liberdade condicional, relacionada com outro processo na justiça russa.

Navalny vai permanecer em prisão preventiva até, pelo menos, 15 de fevereiro.

Vários instituições e países já apelaram à libertação imediata do opositor russo, mas a Rússia tem rejeitado "ingerência" na questão.

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