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Biden estima que a pandemia fará "mais de 600 mil mortes" nos EUA

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O Presidente norte-americano, Joe Biden, estimou hoje que a pandemia de covid-19 irá provocar mais de 600 mil mortes nos Estados Unidos.

"Já chegamos às 400 mil mortes. Deverão chegar a muito mais de 600.000", declarou o novo Presidente norte-americano, que nunca tinha mencionado um número tão elevado.

"As famílias estão com fome. Devemos agir", acrescentou, antes de assinar uma série de ordens executivas que visam combater a crise alimentar que afeta milhões de americanos.

Biden, empossado quarta-feira como o 46.º Presidente dos Estados Unidos, apresentou quinta-feira o plano de combate à pandemia de covid-19, que inclui 10 decretos e o envolvimento do Pentágono.

O plano, de 23 páginas, amplia as iniciativas até agora avançadas e apresenta outras medidas destinadas a controlar a pandemia e ajudar na recuperação do país, o mais atingido no mundo pela covid-19, com 24,6 milhões de casos confirmados e 409.667 mortes, segundo os dados mais recentes, divulgados hoje.

Segundo com a cadeia de televisão CNN, ao chegar à Casa Branca, a equipa de Biden constatou que o Governo de Donald Trump não tinha preparado nenhum plano de distribuição de vacinas contra a covid-19, obrigando a desenhar um programa a partir do ponto zero.

O plano de Biden visa acelerar o ritmo de vacinação dos norte-americanos contra a covid-19, distribuindo mais financiamento para as administrações estaduais e locais, criando mais pontos de vacinação e avançando com uma campanha nacional de educação sanitária.

"A estratégia nacional fornece um roteiro para guiar os Estados Unidos a sair da pior crise de saúde pública num século", diz o documento que apresenta o plano.

O Governo Biden também planeia recorrer à Lei de Produção de Defesa - uma legislação adotada em 1950, em resposta à Guerra da Coreia e que permite mobilizar o setor industrial para questões de segurança nacional - com a fabricação de máscaras, respiradores e outros equipamentos de saúde.

O plano do novo Presidente implica ainda o aumento de testes de deteção do novo coronavírus, que Trump recusou, argumentando que aumentava as estatísticas negativas de incidência da pandemia.

O plano também se foca na reabertura de escolas, negócios e viagens, em segurança, além de visar desacelerar a disseminação do vírus, que hoje mata cerca de 3.000 pessoas por dia no país, segundo registos das últimas semanas.

Biden deve ampliar o alcance destas medidas "agressivas e imediatas" para conter a crise pandémica, tendo anunciado, logo após sua posse, nesta quarta-feira, o uso obrigatório de máscaras em áreas federais e lançar o desafio de uso deste tipo de proteção por 100 dias, o mesmo tempo que foi estipulado para conseguir a vacinação de mais de 100 milhões de norte-americanos.

Com esta iniciativa, o novo Presidente dos EUA tenta desmarcar-se do Governo Trump, que transformou o uso da máscara numa forma de manifestação política.

Biden também já garantiu a continuidade dos Estados Unidos na Organização Mundial da Saúde (OMS), bem como o seu financiamento, revertendo uma decisão de Trump, que tinha acusado a organização internacional de ter dado uma resposta incapaz na luta contra a pandemia e de ter ajudado a encobrir a responsabilidade da China na disseminação do novo coronavírus na fase inicial da crise sanitária global.

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.092.736 mortos resultantes de mais de 97,4 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

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