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Inglaterra condena quatro pessoas pela morte de 39 migrantes vietnamitas

As penas oscilam entre os 13 e os 27 anos de prisão

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Quatro homens foram hoje condenados pela justiça britânica a penas de 13 a 27 anos de prisão pela morte de 39 migrantes vietnamitas que foram encontrados em outubro de 2019 dentro de um camião em Inglaterra.

Os dois principais arguidos do processo, Ronan Hughes, um transportador da Irlanda do Norte de 41 anos, e Gheorghe Nica, um cidadão romeno de 43 anos, acusados de serem os organizadores do transporte das pessoas que foram encontradas mortas, foram condenados a 20 anos e a 27 anos de prisão, respetivamente, por homicídio involuntário e tráfico de migrantes.

Ronan Hughes declarou-se culpado, enquanto Gheorghe Nica foi declarado culpado pelo Tribunal Criminal de Old Bailey, em Londres, no passado dia 21 de dezembro.

Dois camionistas implicados no caso foram igualmente condenados a penas de prisão.

Maurice Robinson, o motorista que conduzia o camião no momento da descoberta dos corpos, que se declarou culpado, foi condenado a 13 anos e quatro meses de prisão.

Eamon Harrisson, o motorista de 24 anos que levou o contentor frigorífico para o porto belga de Zeebruges e que alegou não ter conhecimento da presença dos migrantes, foi condenado a 18 anos de prisão.

Em 23 de outubro de 2019, as autoridades britânicas descobriram os corpos de 39 migrantes dentro de um camião frigorífico selado no parque industrial de Grays, junto ao porto de Essex, cerca de 30 quilómetros a leste de Londres.

As vítimas eram 28 homens, oito mulheres e três menores, duas das quais com 15 anos de idade.

Estas pessoas tiveram "mortes excruciantemente lentas" por asfixia, hipertermia ou sobreaquecimento, segundo declarou o juiz.

Quando se tornou evidente que não havia oxigénio suficiente no interior do camião, os migrantes fizeram múltiplas tentativas desesperadas para conseguir sair a partir da parte superior do contentor frigorífico e até chegaram a ligar para os serviços de emergência no Vietname.

No decorrer da situação, e à medida que as pessoas começavam a morrer dentro do camião (onde a temperatura ambiente subiu até aos 38,5 graus Celsius), vários gravaram mensagens de despedida para os respetivos familiares.

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