Mais dois detidos e acusados por envolvimento em invasão do Capitólio
Mais dois homens foram detidos e acusados nos Estados Unidos, no domingo, por terem ligações aos motins que aconteceram no Capitólio, na última quarta-feira, anunciou em comunicado o Departamento norte-americano de Justiça.
Um dos homens foi Larry Rendell Brock, detido no Texas e acusado "ter entrado e permanecido", sem autorização legal, "de forma violenta" e com "conduta desordeira" no espaço do Capitólio. A procuradoria do Distrito de Columbia alega que Brock foi identificado como um dos indivíduos que entraram ilegalmente no Capitólio dos EUA, "usando um capacete verde, colete tático verde, com remendos, casaco preto e camuflado, e calças beges com punho flex, branco, que é usado pelas forças da lei para restringir ou deter indivíduos", refere o comunicado.
Eric Gavelek Munchel, detido no estado do Tennessee, foi acusado pelos mesmos motivos. É alegado que "Munchel esteve dentro do Capitólio dos EUA a 06 de janeiro de 2021", havendo fotos que mostram a sua presença, transportando algemas de plástico, um artigo num coldre na anca direita, e um telemóvel montado no peito com a câmara virada para fora, "ostensivamente para registar os acontecimentos desse dia".
A investigação está a ser conduzida pelos Gabinetes do FBI de Washington, de Dallas e de Memphis e pela Polícia do Capitólio dos Estados Unidos. As autoridades continuam a apelar a que as pessoas denunciem indivíduos suspeitas de utilizarem explosivos, ou de praticarem atos violentos e destrutivos, associados à recente agitação. A nota acrescenta que "o FBI está à procura de indivíduos que possam ter incitado ou promovido violência de qualquer tipo". A polícia já tinha acusado mais desordeiros do Capitólio no sábado.
Um vasto número de fotografias e vídeos captou o motim, que deixou cinco pessoas mortas. Muitas das imagens foram tiradas pelos próprios desordeiros, poucos dos quais usavam máscaras, o que teria diminuído não só as suas hipóteses de contrair o coronavírus, mas também as suas hipóteses de serem identificados.
Jacob Anthony Chansley, um homem do Arizona visto em fotos e vídeos com a cara pintada e vestindo um fato que incluía um chapéu de chifre, foi levado sob custódia no sábado e acusado de entrada violenta e conduta desordeira nos terrenos do Capitólio. Chansley, mais conhecido como Jake Angeli, permanecerá sob custódia no Arizona até uma audiência de detenção que será marcada durante uma primeira comparência no tribunal no início da próxima semana, segundo disse a Procuradora Assistente dos EUA Esther Winne à Associated Press por e-mail. Chansley não respondeu imediatamente às mensagens deixadas através de correio eletrónico e telefone. Chansley, que se tinha tornado conhecido pelo seu fato nos protestos pró-Trump por todo o país, está agora entre dezenas de pessoas presas, na sequência da invasão do Capitólio por uma grande multidão de apoiantes do Trump enfurecidos com a sua perda eleitoral.
Os desordeiros tomaram espaços da Câmara dos Representantes e do Senado, partiram janelas e bandeiras americanas e confederadas. No sábado, Adam Johnson, o apoiante do Presidente dos EUA, Donald Trump, que se fotografou a transportar o púlpito da líder democrata Nancy Pelosi durante o ataque de quarta-feira ao Capitólio foi detido na Florida.
Os invasores destruíram várias salas da sede do Congresso e entraram em confronto com as forças de segurança, num episódio que alguns legisladores definiram como sendo uma tentativa de golpe e outros como um ato de insurreição. A condenação do ataque foi generalizada, dentro e fora dos EUA, e Trump foi responsabilizado diretamente pelos acontecimentos como instigador da ação dos seus apoiantes, com líderes democratas a pedir a destituição do Presidente.