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Já estamos no Ano Novo

Quando um ano termina e outro começa, é habitual fazerem-se balanços, análises e reflexões, sobre a forma como o mesmo decorreu, perspetivando-se o que poderá vir a acontecer.

A época natalícia é, com efeito favorável, não só para refletirmos sobre o nosso próprio passado, mas também sobre o que projetamos ou idealizamos para o futuro.

O mesmo acontece, ou deve acontecer, no tocante à interação familiar, social e profissional. Inevitavelmente de forma alienada ou não, somos levados a fazermos balanços, reflexões sobre um período de 365 dias marcado, segundo as nossas abstrações. Pessoas de todas as religiões, de todos os segmentos, faixas etárias, géneros, classes sociais, crédulos ou incrédulos acabam realizando a sua retrospectiva pessoal. Comigo não haveria de ser diferente.

Metaforizando a ideia de Natal como Renascimento, faz sentido que tais reflexões nos venham à tona. Apesar da pandemia, alguns fazem as suas análises com base no dinheiro acumulado, na aquisição de bens materiais, nos cargos que conquistaram, entre outros aspectos.

Eu prefiro fazer diferente, mesmo porque não conquistei nada disso, nem me interessa prioritariamente. Prefiro dizer que apesar de 2020 ter sido um ano dificil em vários aspectos, consegui manter e realizar atividades que me completam; por estar ao lado de pessoas a quem estimo; por conhecer outros seres humanos especiais; não obstante a escassez de gente do bem; por realizar projetos, alguns dos quais extremamente pessoais e importantes para mim. Por estar vivo, com saúde e com vitalidade no meio desta maldita pandemia e neste COVID 19 que nos persegue.

Além disso, as reflexões devem levar-nos a conseguir o aperfeiçoamento naquilo em que erramos durante os últimos 12 meses. Como não somos dotados de perfeição, estaremos sempre propensos a mudanças de atitude, de estratégia, de metodologia. Muita coisa também não deu certo, houve dias de crise, de stress, de gritos, até de choros, mas isso é o que norteará o avanço nas questões menos favoráveis que temos enfrentado nos últimos tempos. E, na minha convicção, as deficiências que todo ser humano tem serão otimizadas para o nosso crescimento.

Este ano que está desfazendo-se para o recomeçar de um outro, no que à PSP diz respeito, sem esquecermos os resultados e os objetivos previamente delineados pela nova Direção Nacional para o ano que agora acabou, no domínio das competências, nomeadamente na segurança pública e na segurança dos bens dos nossos concidadãos, não podemos deixar de falar da eficácia e na eficiência dos profissionais da PSP em todos os comando de Polícia do nosso país, onde está incluído o Comando Regional da PSP da Madeira.

Na verdade, a PSP tem contribuído e muito na diminuição dos índices criminais que está a proporcionar aos portugueses um sentimento de confiança muito aceitável do ponto de vista securitário. Isto, claro está, no que toca ao desempenho dos homens e mulheres que fazem parte desta tão importante Instituição chamada Polícia de Segurança Pública.

Quer isto dizer que até a “exemplar” Instituição PSP, desde 2015 até 2020, tem tido uma situação grave e não se vê luz ao fundo do túnel, pela falta efetiva de meios humanos. Nunca os polícias fizeram, à semelhança dos portugueses, tantos sacrifícios e tiveram tantas razões para recear o futuro.

Há não muito tempo, houve quem afirmasse do alto da sua arrogância que este ano seria a última etapa do calvário e que, a partir daqui, entraríamos na curva ascendente para uma vida melhor. Afinal, 2021 vai ser muito pior que 2020 e, muito provavelmente, 2022 pior que 2021. O Orçamento de Estado para 2021 dá a machadada final no magro orçamento da PSP, matando qualquer réstia de esperança numa melhoria a curto prazo.

Essa narrativa pode ter uma parcela de verdade (é como o boato, para ser credível, tem de ter um fundinho de verdade), se não for para esperar isso, tudo o que a ideia moderna de Natal e Ano Novo traz será apenas futilidade. Grande ano para todos que acreditam na verdade.

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