Recordando em Dia da Cidade

Sonhei contigo cidade
No meu sonho atrevido
Revivi o antigamente
Tempos de mocidade
Num Funchal mais antigo
Numa cidade diferente

Carros de bois encontrei
E vi os engraxadores
No seu banquinho ali sentados
Um escudo lhes paguei
Sem quaisquer favores
Pelos sapatos engraxados

Vi a montra da Londrina
Também a da Estilográfica
Enfeitadas com legos
E a subir a Rochina
Numa arrastada metálica
Vi o carro do negos

Na quinta vigia passei
E na quermesse eu vi
João Paulo e seu conjunto
Grupo que tanto adorei
E que jamais esqueci
A mais artistas que junto

Para tomar um café
Na “Indiana “eu entrei
Só vi homens de chapéu
Como era perto da Sé
Logo me imaginei
Estar mais perto do céu

Entrei no templo sagrado
Vi o altar cheio de velas
A Jesus eu pedi sorte
E depois de ter orado
Fui à Fernão de Ornelas
Marisquei no Café Norte

Vi o leiteiro com cajado
Com seus grandes esforços
Entregando leite às portas
Vi andar todo vergado
O homem dos almoços
Com as cestas às costas

E nos arredores da Sé
Continuei em via aberta
Indo em frente sem medo
Fui ao cine à matiné
E aos bolos à Felisberta
Junto à igreja de São Pedro

E sem qualquer estorvo
Eu percorri os cantinhos
De todo o centro da baixa
E vi no Bazar Povo
Aqueles velhos carrinhos
Levando dinheiro à caixa

Era intenso aquele tráfego
Verificado ao momento
Na trinta e um de janeiro
Onde não havia semáforo
Mas tinha no cruzamento
Um polícia sinaleiro

José Miguel Alves

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