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Oposição inicia hoje consulta popular contra Presidente Nicolás Maduro

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A oposição venezuelana, liderada pelo deputado Juan Guaidó, prevê iniciar hoje uma consulta popular de cinco dias contra as eleições legislativas de domingo e para prolongar o funcionamento do parlamento de maioria opositora.

A oposição espera ainda que a consulta, que se realiza de 07 a 11 de dezembro de forma virtual e no dia 12 de maneira presencial, sirva também para reafirmar o apoio nacional e internacional contra o Governo do Presidente Nicolás Maduro.

A consulta virtual será realizada através da Voatz, uma aplicação de voto eleitoral auditável, que permitirá que cada venezuelano vote apenas uma vez. Também serão utilizadas a aplicação Telegram e uma página web criada propositadamente para este evento.

Como parte da verificação, cada cidadão deverá indicar o seu número do bilhete de identidade, nome, apelido e data de nascimento. Adicionalmente, têm de registar um número de telemóvel e digitalizar ou fotografar um documento de identidade ou passaporte.

A 12 de dezembro, dia da consulta presencial, a oposição venezuelana prevê ativar 7.000 mesas de voto em 3.000 lugares do país.

A consulta é uma resposta às eleições parlamentares de 06 de dezembro, que a oposição diz não passarem de "uma fraude eleitoral que pretende instalar o regime de Nicolás Maduro para assaltar o parlamento", que desde as legislativas de 2015 passou a ter uma maioria da oposição.

Os venezuelanos devem responder se a oposição deve "exigir a cessação da usurpação da Presidência [da República] por Nicolás Maduro e convocar eleições presidenciais e parlamentares livres, justas e verificáveis".

Também se "condenam" as eleições legislativas de domingo, solicitando "à comunidade internacional que não as reconheça".

Outra questão a que devem responder é se "ordenam" avançar "com as gestões necessárias perante a comunidade internacional para ativar a cooperação, o acompanhamento e a assistência que permita resgatar a democracia [venezuelana], atender à crise humanitária e proteger o povo dos crimes que lesam a Humanidade".

A oposição venezuelana, liderada por Juan Guaidó, não reconhece Nicolás Maduro como Presidente da Venezuela e denuncia alegadas irregularidades nas eleições presidenciais antecipadas de 2018, acusando o chefe de Estado de estar a "usurpar" o poder.

A Venezuela tem, desde janeiro, dois Parlamentos parcialmente reconhecidos, um de maioria opositora, liderado por Juan Guaidó, e um pró-regime do Presidente Nicolas Maduro, liderado por Luís Parra, que foi expulso do partido opositor Primeiro Justiça, mas que continua a afirmar que é da oposição.

Mais de 20,7 milhões de venezuelanos foram no domingo chamados às urnas para eleger os 277 deputados que vão compor a nova Assembleia Nacional.

O novo parlamento entrará em funções em 05 de janeiro de 2021, dois anos depois de o líder opositor Juan Guaidó se ter autoproclamado Presidente interino da Venezuela.

A crise política, económica e social na Venezuela agravou-se desde janeiro de 2019, quando Guaidó jurou assumir as funções de Presidente interino do país até afastar Nicolás Maduro do poder, convocar um governo de transição e eleições livres e democráticas.

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