Entrevistadores - os novos animais ferozes

No dia 17 de Dezembro, um artigo de opinião publicado no D.N. debruçava-se sobre a arte de entrevistar.

Qualquer profissão requer arte e todas têm os seus segredos. Exemplificando: Cabe ao professor cativar e prender a atenção dos alunos, o que nem sempre é fácil. Ao cozinheiro compete-lhe elaborar refeições atraentes ao olhar e ao paladar, onde a arte e o segredo andam de mãos dadas .Da mesma forma uma boa empregada doméstica tema arte secreta de nos deixar a casa num primor . Em todas as profissões existem os bons e os menos bons profissionais. Por isso nada de novo!

No entanto, o que me chamou a atenção foi o dito artigo de opinião fazer uma comparação entre a nobre profissão de jornalista/entrevistador e um toureiro na arte de torturar a sua vítima.

Na minha humilde opinião achei uma comparação muito infeliz e confesso: se fosse jornalista, sentir-me-ia insultada.

O criminoso comum também usa sua arte para ser bem sucedido: estuda as vítimas, descobre-lhes as fraquezas e na hora do ataque, tal como o toureiro, ,lança-se ao ataque sem escrúpulos de espécie alguma.

Não me tentem calar com o disco riscado “das virgens ofendidas” e do que não é, “politicamente correto” ,porque não é disso que se trata! Trata-se sim, de cobardia ,pura e dura ! Por cobardia, cumplicidade e silêncio de uns, aliada à malvadez de outros, um cidadão ucraniano foi torturado acabando por morrer no SEF. E tudo porquê?

Porque neste sistema podre em que vivemos, banaliza-se a tortura como algo normal e perfeitamente legítimo!

Termino com uma citação:

“Entre a brutalidade para com o animal e a crueldade para com o homem, há só uma diferença: a vítima”

Alphonse de Lamartine (escritor, político e poeta)

Lucília Ferreira

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