Boa noite!

Fecho a semana com quatro momentos do dia susceptíveis de merecer reflexão.

O alheamento

Lopes da Fonseca surgiu hoje em público com uma exigência reveladora de distracção: “O CDS faz já aqui um repto ao PS, nomeadamente aos deputados do Partido Socialista na Assembleia da República, se vão apresentar no próximo Orçamento de Estado, uma proposta de lei que possa permitir ao Centro Internacional de Negócios, manter os benefícios fiscais, até finais de 2023”.

Por andar muito ocupado, o líder parlamentar do CDS não deve ter lido o DIÁRIO esta semana. O assunto foi abordado por duas vezes. Primeiro pelo deputado do PS, Carlos Pereira, que deu garantias que há duas formas de salvaguardar o estatuto dos benefícios fiscais concedidos ao CINM. Depois, num ‘fact check’ sobre a matéria. E assim poupava um repto ou usava-o noutra área que já foi tão cara ao CDS: a Saúde.

O falhanço

“Paulo Cafôfo deve estar órfão do PS, a nível nacional, que não lhe liga nenhuma. Está desorientado. É um falhado”. Foi desta forma que o secretário regional da Economia reagiu à constatação do líder socialista sobre as debilidades do executivo madeirense com efeitos no aumento do desemprego.

Rui Barreto deveria usar argumentação a condizer com o lugar que lhe foi dado em vez de imitar quem fazia do exercício dos cargos públicos palco para a ofensa gratuito e para ajustes de contas. Baixar o nível não prestigia a política e faz avivar algumas memórias. Como lembrou um leitor do DIÁRIO, “um líder de um partido que perdeu metade do eleitorado na últimas eleições chamar alguém de falhado é obra!”.

O recado

Para os que se fartam de fazer política e brincar aos partidos com a pandemia, naquela lógica absurda de dividir para reinar, fica mais um recado de Marcelo Rebelo de Sousa: "E que recusem a violência física na discussão democrática a favor e contra o que quer que seja. E que partidos e parceiros sociais continuem a fazer a convergência possível. Há mais do que tempo para se ajuizar de atos e autores, para demarcar campos e para apurar e julgar responsáveis. Não faltarão eleições para isso. Este tempo ainda é outro: o tempo de convergir no possível, mesmo discordando".

O propósito

"Mais do que nunca, os jornalistas enfrentam ameaças, desde o assédio 'online' a ataques físicos, desde a pressão política à falta de segurança no emprego e quando os jornalistas estão em perigo, a democracia está em perigo”.

Quem o disse hoje foi a vice-presidente para os Valores e a Transparência da Comissão Europeia, Vera Jourová, ao lançar um programa de 3,9 milhões de euros para apoiar o jornalismo de investigação e a liberdade de imprensa na União Europeia.

Enquanto que em Portugal alguns iluminados decretam boicotes a parcerias, como se o jornalismo vivesse só, a Comissão Europeia tem 10 projectos em curso para mapear as violações da liberdade dos media e defender os jornalistas sob ameaça e apoiar o jornalismo colaborativo, a cooperação e o intercâmbio das melhores práticas, num total de sete milhões de euros de financiamento comunitário.

No rodapé solidário do ‘Boa noite’ de hoje reforço o apelo constantemente feito pelo Banco Alimentar Contra a Fome na Madeira. Não desperdiçar, ser generoso e reciclar são três das propostas, mas a partir de 26 de Novembro importa participar na campanhas Ajuda Vale e On line.

Para que conste, o Banco Alimentar recebeu de Março a Outubro, 405 pedidos de ajuda, dos quais 232 foram feitos através da plataforma online Rede de Emergência Alimentar, criada para este efeito, e 173 pedidos chegaram directamente ao Banco Alimentar.