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Ventura insiste que é preciso haver acordo com PSD para apoiar governo nos Açores

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Foto Lusa

O presidente do Chega, André Ventura, insistiu hoje que "até o PSD dar luz verde" às exigências do partido, "não há nem haverá" qualquer apoio a uma solução governativa de direita nos Açores.

"Até o PSD dar luz verde às nossas exigências não há nem haverá qualquer acordo. No Chega é a direção nacional que toma este tipo de decisões que têm depois de ser validadas pelo Conselho Nacional do partido, isso não foi feito, não há qualquer decisão de apoio ou viabilização a qualquer solução", disse André Ventura, em declarações à Lusa.

Ao fim da tarde, o líder do Chega/Açores tinha manifestado o apoio parlamentar do partido à solução governativa apresentada por PSD, CDS e PPM: "Da nossa parte, existirá o apoio possível, em termos parlamentares, que é um apoio imprescindível para que haja uma governação sólida, estável e duradoura, e esse será o nosso contributo durante esses quatro anos", assegurou o líder regional do Chega, Carlos Furtado.

O líder regional, que falava à Lusa após ser conhecido um princípio de acordo para a formação de um governo na região resultante das eleições do dia 25 de outubro entre o PSD, o CDS e o PPM, afirmou que "o Chega nunca esteve indisponível para arranjar uma solução séria que fosse alternativa ao PS" e que o "propósito do partido" foi sempre o de se colocar "ao lado dessa coligação".

Contatado pela Lusa, André Ventura recusou comentar "para já" as declarações do líder regional, insistindo contudo que "só com a resposta do PSD às exigências colocadas pelo Chega é que poderá ou não haver apoio" a uma solução governativa com aqueles três partidos.

"O Chega não se deixa pressionar por anúncios públicos de coligações. O nosso ADN é ser diferente e não cedemos um milímetro nas nossas exigências", continuou Ventura, frisando que "a bola está do lado do PSD".

"A bola está agora do lado do PSD que muito significará aos portugueses se aceitar participar neste projeto transformador que é a revisão constitucional do Chega. Agora é tempo de escolher por parte do PSD - a governabilidade dos Açores ou as amarras da vergonha, do politicamente correto e da cedência ao PS e à esquerda parlamentar", disse Ventura.

PSD, CDS-PP e PPM, juntos, somam 26 mandatos na Assembleia Legislativa dos Açores, face aos 25 do PS, partido que governa o arquipélago desde 1996. BE (dois deputados), Chega (dois), PAN (um) e Iniciativa Liberal (um) são os outros partidos que conseguiram representação parlamentar. Para obter o apoio da maioria absoluta no parlamento, um governo PSD/CDS/PPM precisariam de o apoio de mais três deputados.

O líder do PSD-Açores, José Manuel Bolieiro, acompanhado dos presidentes do CDS-PP e do PPM na região, anunciou um princípio de acordo para a formação de um Governo Regional conforme os resultados das eleições regionais de há uma semana, à imagem da Aliança Democrática (AD), encabeçada por Sá Carneiro no final da década de 1970.

A "participação do PSD na revisão constitucional, cujo prazo termina a 09 de novembro, é uma exigência fundamental, assim como a redução dos beneficiários do Rendimento Social de Inserção (RSI) no arquipélago, um Gabinete Regional Contra a Corrupção e Clientelismos e uma auditoria à gestão socialista" foram as exigências colocadas pelo Chega.

"Não queremos lugares no Governo Regional porque não é isso que nos move, mas exigimos o cumprimento destes objetivos e verificaremos, com os nossos deputados regionais, a execução destes objetivos anualmente", disse Ventura.

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