Madeira

Albuquerque compara abertura ao CHEGA a aliança de Sá Carneiro com o CDS

Entrevista ao presidente do Governo Regional da Madeira em destaque no jornal Público de hoje

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“Sá Carneiro também fez a AD [Aliança Democrática com o PPM, o CDS e o Movimento dos Reformadores] numa altura em que se dizia que o CDS era fascista”.

A afirmação é do presidente do Governo Regional da Madeira, em entrevista, este domingo (8 Agosto), ao jornal Público, na qual Miguel Albuquerque defendeu a necessidade de um "governo reformista" e avisou que o actual "regime vai cair".

"Precisamos de um governo reformista. Um governo que derrote esta maioria de  esquerda, conservadora, que está estagnada e que vai levar ao fim do regime, porque o regime vai cair", sustentou.

Para Albuquerque cabe ao PSD liderar esta federação centro-direita, o que "passa por conversações com os diversos partidos. Quer com o CDS, quer com o Chega, quer com a Iniciativa Liberal”.

O líder do PSD-Madeira considera o CHEGA "é um partido nacionalista, conservador, como existem vários a nível europeu", mas descarta uma eventual aproximação ao partido de André Ventura se este não evoluir “para uma posição mais moderada” e “continuar numa linha de demagogia e populismo”.

Sobre o mesmo tema disse ainda que em Portugal existe um estigma em relação à direita:

"Em Portugal temos um estigma, um anátema que foi criado pela própria cultura marxista instalada. Em Portugal é aceitável, do ponto de vista político e do ponto de vista das convenções sociais, sobretudo em certas elites e em certa comunicação social, que um indivíduo defenda o regime cubano — como, por exemplo, o Bloco de Esquerda, que o acha o paraíso".

Na mesma entrevista, o presidente do Governo deu como suspensa a candidatura e suavizou as críticas ao actual Presidente da República. 

"Neste momento tenho um  bom relacionamento com o senhor Presidente. Acho que fez bem em vir cá, mas quero ver é os assuntos da Madeira resolvidos. Sou uma pessoa afectiva, mas sou muito pragmático. Precisamos de um apoio institucional no sentido de aprovarmos um conjunto de instrumentos para a recuperação económica numa ilha que fica a novecentos e tal quilómetros do continente e não tem escala. Precisamos obviamente do poder e a influência do Presidente da República, que é eleito por todos os portugueses — e a Madeira faz parte do país".

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Jorge Freitas Sousa , 08 Agosto 2020 - 11:55

Já ao Tribunal Constitucional não poupou críticas:

"Uma das decisões mais vergonhosas da história do TC foi em 2017, com o acórdão em relação à sobretaxa do IRS cobrada na Madeira, cuja receita, em vez de ficar na região, foi para os cofres do Estado. Esta decisão é paradigmática da postura centralista do TC. Alguém tem de dizê-lo". 

Questionado sobre se espera problemas de constitucionalidade em relação à obrigatoriedade de utilização de máscaras no espaço público, Albuquerque voltou a sublinhar que assegurar a saúde pública e a salvaguarda da vida dos cidadãos. "está acima do direito de circulação".

"Nós temos de condicionar esse potencial foco de infecção, no sentido de  salvaguardar a saúde dos outros e a vida dos outros. Estamos a falar de  uma doença altamente contagiosa e fatal e temos de tomar as medidas profiláticas e prevenir a proliferação da doença. Discutir a constitucionalidade é, neste caso, um absurdo", rematou.
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