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Itália ultrapassa de novo as 40.000 infeções e endurece restrições

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EPA/MAX CAVALLARI

A Itália registou 40.902 novas infeções e 550 mortes por covid-19 nas últimas 24 horas, enquanto o governo incluiu duas regiões, Campânia e Toscana, nas "zonas vermelhas" de maior risco e com confinamento quase total.

Segundo os dados do Ministério da Saúde, com os números de hoje, o total de casos desde o início da emergência sanitária, em fevereiro, é de 1.107.303 e os óbitos são 44.139.

Mais de 254.000 testes de foram realizados no último dia, com uma taxa média de positividade de quase 16%.

Perto de 31.000 pessoas (mais de mil nas últimas 24 horas) estão internadas em hospitais, que estão perto do colapso, e 3.230 pacientes estão em Unidades de Cuidados Intensivos.

A Lombardia lidera novamente a lista de novas infeções, com 10.634 nas últimas 24 horas, e soma cerca de 20.000 mortos desde que começou a epidemia.

Piemonte vem a seguir, com 5.258 novos casos, Campânia com 4.079 e Veneto, com 3.605.

Por decisão do ministro da Saúde e face à evolução dos casos, Campânia e Toscana passam a ser "zonas vermelhas", onde prevalecem as medidas de restrição mais duras, que entram em vigor no domingo, dia 15.

Estas duas regiões juntam-se assim a Vale de Aosta, Lombardia, Piemonte e Calábria, bem como a província autónoma de Bolzano.

O Ministério da Saúde decretou também que Emília-Romanha, Friul e Marche passassem a "zonas laranjas", de risco média, juntando-se a Abruzzo, Basilicata, Ligúria, Apúlia, Sicília e Úmbria.

Como "zona amarela", com menos risco mas com restrições, o resto do país, com regiões como Lácio, cuja capital é Roma, onde, entre outras medidas, os bares e restaurantes fecham às 18:00 e os museus, cinemas, teatros, salas de espetáculos ou ginásios estão totalmente encerrados.

O primeiro-ministro, Giuseppe Conte, continua a descartar um confinamento nacional e espera que o índice Rt, de transmissão do vírus, baixe dos atuais 1,7, o que indicaria que as medidas parciais estão a funcionar.

No entanto, Conte lançou um balde de água fria sobre as expetativas para o Natal, assinalando que não é o momento de grandes celebrações, nem de ajuntamentos de grupo.

"Vamos considerar a curva epidemiológica que teremos em dezembro, mas não devemos identificar o Natal só com compras, presentes e estímulo à economia. O Natal, seja qual for a fé religiosa, é certamente também um momento de reflexão espiritual privada. Não é bom fazer uma reflexão espiritual privada com muitas outras pessoas", acrescentou.

Na mesma linha, o ministro dos Assuntos Regionais, Francesco Boccia, vincou que o Natal deveria ser celebrado apenas entre os "familiares mais próximos".

Entretanto, Fabrizio Pregliasco, virologista da Universidade de Milão, alertou que com a chegada do Natal há "o risco de que a política se sinta tentada a minimizar a situação como fez no verão, de forma a reativar a economia".

Para ele, é necessário que o país se prepare "para a terceira vaga da covid-19 que vai chegar em fevereiro", afirmou em entrevista publicada hoje no diário "Il Giornale".

A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 1.294.539 mortos em mais de 52,7 milhões de casos de infeção em todo o mundo, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 3.250 pessoas dos 204.664 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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