Coronavírus Madeira

Professores da Madeira com Covid-19 penalizados no ordenado

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Alguns professores na Madeira foram penalizados em termos remuneratórios depois de testarem positivo para covid-19 devido a “desarticulação entre os delegados de saúde e o documento que eles emitiram para efeitos de justificação de faltas”. A revelação é de Francisco Oliveira ao DIÁRIO, mas o coordenador do Sindicato dos Professores da Madeira (SPM) acredita que o erro é de principiante: “Talvez por terem sido os primeiros casos [na Região]. Já houve um caso ou outro em que colegas acusaram positivo e a justificação da falta não foi feita da forma adequada, penalizando em termos remuneratórios os colegas”.

O sindicalista lembra que a lei prevê que não há penalização para os trabalhadores que acusem positivo: “Alertámos a Secretaria regional da Educação (SRE) para esse aspecto e esperamos que já esteja resolvido. Temos de estar atentos porque no futuro vão surgir mais casos de professores e educadores infectados ”.

A “dificuldade burocrática” é mesmo o aspecto de que os docentes da Madeira mais se queixam em tempo de pandemia, uma vez que também em caso de isolamentos profiláticos, houve atrasos: "Em justificar as faltas por causa da emissão dos documentos por parte das autoridades da saúde. As autoridades têm de ser mais céleres”. A falta de alguns produtos de protecção individual é outra das reclamações dos professores da Região.

Ou seja, para Francisco Oliveira, “o grande problema não é a resposta, é em termos burocráticos e a documentação necessária para justificação de faltas de isolamento, quarentena ou até de doença Covid-19”.

De resto, salientando que a Madeira conseguiu evitar a circulação do vírus durante vários meses, o coordenador do SPM  “vê com naturalidade esta chegada de casos positivos às escolas da Madeira”, uma vez que era esperado que tal viesse a acontecer. Francisco Oliveira defende que as escolas “estavam muito bem preparadas”, o que não significa que “não tenha havido erros”. No geral, diz, “as escolas trabalharam bem para responder da melhor forma quando isto acontecesse”.

“Aquilo que vimos desde o início, desde que surgiu o primeiro caso na Bartolomeu Perestrelo, foram escolas a reagir muito bem e a conseguir rapidamente evitar a propagação dentro da própria escola e até fora, tendo sido esses casos sinalizados e com a ajuda das autoridades de saúde evitou-se a propagação comunitária fora da escola”.

Francisco Oliveria acredita que há “uma clara consciência da importância da doença e que toda a comunidade educativa tem reagido em sintonia”, exemplificando com o “papel dos professores que não têm entrado em pânico”.

O facto de as escolas informarem sobre os casos de covid-19 também é destacado: “Toda a informação tem sido comunicada publicamente por parte das escolas, e por parte da SRE, isso é muito importante porque as pessoas têm que ter confiança que a informação é fiável”.

A importância do papel dos professores que apoiam os alunos que ficam em casa em isolamento, por segurança, é outro dos pontos positivos: “Defendemos a educação presencial como a mais importante, mas nestas circunstâncias em que há pessoas com casos positivos comprovados, têm que ser adoptadas medidas de segurança, como o isolamento profilático e a quarentena”.

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