O presidente do Conselho Nacional de Educação (CNE), David Justino, defendeu hoje que a educação para a população adulta precisa de um compromisso com objetivos definidos para 2030.

“Têm que se definir os objetivos e conseguir uma consensualização e uma convergência com objetivos até 2030”, afirmou David Justino, que falava à agência Lusa no final do seminário “Educação e Formação para a População Adulta”, que decorreu hoje em Coimbra.

No discurso de encerramento, o presidente do CNE frisou que “não interessa se o avião vai mais para a esquerda ou mais para a direita, o que importa é saber onde é que o avião “aterra”.

Para David Justino, é necessário que as bases da educação para adultos não sejam um espaço de “combate ideológico”, defendendo a criação de uma Lei de Bases ou de um outro qualquer documento estruturante que garanta “um compromisso em torno de objetivos que são partilhados”, deixando assim ainda “alguma margem” para “estilos diferentes”.

Segundo o presidente do CNE, a educação para adultos não pode estar assente numa “visão limitada de se formar mão de obra”, mas sim “de capacitar e formar as pessoas”.

De momento, a procura de educação diminui quando se trata de adultos com menos formação ou com mais idade, sendo que é importante criar estratégias que garantam uma resposta a quem “já tem aspirações”, mas também a todo o outro segmento da população adulta, referiu.

“Há uma população com baixos níveis de formação e depois uma classe altamente qualificada. Não podemos deixar que a desigualdade se possa acentuar”, concluiu.