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Pelo menos 42 mortos nos protestos de sexta-feira contra o governo do Iraque

Foto Reuters
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Pelo menos 42 pessoas morreram na sexta-feira na sequência de protestos contra o Governo no sul do Iraque, onde os manifestantes atacaram instituições, sedes de partidos políticos e grupos armados, anunciou fonte oficial.

Os protestos contra o governo recomeçaram na sexta-feira, depois de revoltas espontâneas e sem líderes terem sido violentamente reprimidas no início do mês.

Hoje na cidade Diwaniyah, no sul do país, as autoridades retiraram corpos de um edifício pertencente a uma milícia que tinha sido incendiado na sexta-feira.

Os manifestantes incendiaram e vandalizaram duas sedes dos governos de Nassíria e Diwaniya e outras 15 de partidos políticos ou grupos armados membros da coligação de paramilitares de Hashd al-Shaabi, primeiro aliado do Governo do primeiro-ministro Adel Abdel Mahdi.

Forças de segurança efetuaram disparos de balas reais e usaram gás lacrimogéneo para dispersar milhares de manifestantes dos portões da Zona Verde, área de segurança no centro de Bagdad, onde está instalada a embaixada dos Estados Unidos, bem como edifícios governamentais e o Parlamento.

Cerca de 100 pessoas, tanto manifestantes como membros das forças de segurança, ficaram feridas.

Os protestos para pedir mais serviços básicos continuam hoje pelo segundo dia consecutivo no Iraque, depois de os manifestantes acamparem na Praça Tahrir, na capital.

“Centenas de manifestantes passaram a noite na Praça Tahrir e não se retiraram apesar dos apelos das forças de segurança”, disse uma fonte do Ministério do Interior que pediu anonimato à agência de notícias espanhola Efe.

As forças de segurança estão posicionadas nas áreas adjacentes à praça central, embora a vida continue normalmente no resto dos bairros, segundo a fonte.

O ‘ayatolah’ Ali Sistani, alta autoridade religiosa xiita do Iraque, pediu na sexta-feira contenção aos manifestantes e às forças de segurança para evitar o caos durante os protestos.

O Iraque entrou em crise no dia 01 de outubro e durante cinco dias, 157 pessoas foram mortas, sobretudo em Bagdad, de acordo com um balanço oficial.

Após uma interrupção, que se prolongou durante as peregrinações xiitas, os manifestantes voltaram na sexta-feira a pedir a “queda do regime”, precisamente na altura em que se assinala o primeiro ano do novo Executivo iraquiano que implementou uma série de reformas económicas alvo de contestação.