As autoridades venezuelanas denunciaram hoje que um avião norte-americano violou o espaço aéreo da Venezuela durante 80 minutos, e consideraram que a ação foi uma tentativa de criar um incidente.

“Os EUA, com a sua aeronave EP3, insistem em criar condições de risco operacional, ao entrar novamente na Região de Informação de Voo (FIR, na sigla em inglês), sem cumprir com os protocolos estabelecidos nos tratados internacionais”, denunciou o major-general Juan Teixeira Días na sua conta na rede social Twitter.

Para o comandante da Defesa Aeroespacial Integral das Forças Armadas venezuelanas, “esta agressão irresponsável procura um incidente”.

A violação teve lugar no dia 31 de julho de 2019 e a denúncia está acompanhada por um gráfico que dá conta que a aeronave EP-3E ARIES II, dos EUA, foi vista no radar, pela primeira vez pelas 10:30 locais na zona corresponde à FIR de Curaçau.

Também que pelas 12:56 locais da Venezuela, entrou no FIR de Maiquetía (Venezuela) e os serviços de trânsito aéreo venezuelano tentaram comunicar com a aeronave, sem obter resposta efetiva.

“A aeronave continuou a voar dentro da FIR de Maiquetía”, explicou o oficial.

Segundo as autoridades venezuelanas, a aeronave realizou vários padrões de voo dentro da FIR venezuelana, durante uma hora e 20 minutos, a uma distância de 60 milhas náuticas da ilha de Orchila.

“Pelas 14:15 locais da Venezuela, a aeronave EP-3E dos EUA (...) abandonou a FIR de Maiquetía, sem estabelecer comunicação”, adiantou.

A aeronave deixou de ser visível no radar 55 minutos depois.

A 29 de julho último, o Comando Estratégico Operacional das Forças Armadas Bolivarianas da Venezuela (CEOFAN) denunciou que, dois dias antes, um avião de espionagem norte-americano tinha também violado o espaço aéreo venezuelano.

Segundo as autoridades venezuelanas em menos de um mês foram registadas quatro violações do espaço aéreo venezuelano, por aeronaves norte-americanas.

Já em 22 de julho, o ministro de Comunicação e Informação venezuelano, Jorge Rodríguez, tinha denunciado que desde janeiro aviões norte-americanos de espionagem tinham violado em 167 ocasiões o espaço aéreo venezuelano.

Segundo Jorge Rodríguez, 78 dessas violações foram registadas nos últimos três meses.