Madeira

Recenseamento Agrícola 2019 começa amanhã e decorre até Maio de 2020

Quantas explorações agrícolas existem, que superfície e quantas parcelas possuem? Quem trabalha na agricultura? Como se distribuem as culturas e os efectivos pecuários? Como se produz e qual o nível de mecanização da agricultura? São estas algumas das questões

Foto Shutterstock Ver Galeria
Foto Shutterstock

O Recenseamento Agrícola (RA 2019) começa já amanhã e irá decorrer até Maio de 2020, num inquérito abrangente a todo o território nacional e visando responder a questões tão importantes como “Quantas explorações agrícolas existem, que superfície e quantas parcelas possuem? Quem trabalha na agricultura? Como se distribuem as culturas e os efetivos pecuários? Como se produz e qual o nível de mecanização da agricultura? Onde e como se rega? Que métodos de produção são usados e qual a disseminação de culturas inovadoras?”.

Nestes próximos sete meses, o Instituto Nacional de Estatística (na Madeira, através da Direcção Regional de Estatística) irá actualizar os dados recolhidos em 2009. Na altura, há dez anos, “foram apuradas 305 mil explorações com uma área total que representava 51% da superfície geográfica do país. A população agrícola familiar correspondia a 793 mil pessoas. Nas culturas permanentes, o olival e a vinha representavam quase 3/4 do total”, frisa o INE em nota informativa.

“Esta operação exigiu um longo período de preparação, com a recolha de dados no campo a iniciar-se neste dia 25 de Outubro, mobilizando “cerca de 1.650 pessoas entre entrevistadores, técnicos superiores contratados e colaboradores permanentes do INE e terá uma infraestrutura descentralizada distribuída por 42 centros de análise (uma das quais no Funchal), a nível nacional”, acrescenta.

“Os resultados serão reportados à Comissão Europeia conforme o regulamento da União Europeia aplicável”, esclarece ainda. “O RA 2019 foi objecto de uma resolução específica do Conselho de Ministros (RCM n.º 40/2018). Para o sucesso desta operação é fundamental a colaboração de todos os agricultores, a quem o INE, desde já, agradece”, incentiva.

Eta é, realce-se, a segunda operação estatística de maior dimensão em Portugal, sendo que os dados são recolhidos por entrevista presencial, através de um entrevistador credenciado para o efeito, mas antes cada agricultor será contactado para agendar e/ou realizar a entrevista exaustiva, com carácter obrigatório e a informação individual prestada pelos agricultores são confidenciais, destinando-se exclusivamente a fins estatísticos, não podendo ser divulgadas nem utilizadas com outra finalidade.

Desde 1965 que se realizam, habitualmente de 10 em 10 anos (1977, 1986, 1989, 1999 e 2009), os recenseamentos agrícolas na Madeira, embora a primeira operação estatística na área da agricultura nestas ilhas tenha sido levada a efeito em 1934, que consistiu num “Arrolamento Geral de Gados e Animais de Capoeira”.

No RA de 2009, participaram 81 pessoas na recolha de informação, 67 dos quais entrevistadores. O estudo viria a ser publicado na Madeira em Dezembro de 2011. Na edição que se inicia amanhã, os entrevistadores vão apresentar-se com um questionário com 16 páginas. Mas se o entrevistado pensa que é longo, imagine que a pessoa que lhe aparece à frente teve de estudar esse questionário e um manual de instruções que tem 240 páginas. Nesta operação, vão estar envolvidos 40 entrevistadora(e)s, bem como foram contratados pelo INE um total de 7 coordenadores, 6 dos quais destacados para trabalho de campo e 1 em gabinete, que conjuntamente com os técnicos da DREM serão responsáveis pela cadeia de recolha, análise e validação de dados.

Em conclusão, saiba que “a realização do Recenseamento Agrícola contribui de forma decisiva para a caracterização da agricultura do país, as estruturas de produção, a população rural e os modos de produção agrícola. Este conhecimento é imprescindível para a tomada de decisões de diferentes âmbitos como sejam os das políticas económicas, regionais, sociais e até empresariais. Assume-se, além disso, como a única fonte de informação agrícola exaustiva (recolhe dados sobre todas as explorações agrícolas) permitindo obter resultados a níveis geográficos muito detalhados como a Freguesia ou Município”, conclui o INE.