Madeira

Conheça o madeirense que vai de Lisboa até Guiné-Bissau em cima de uma mota

Tiago Gaspar chega hoje a Tafnidilt (Marrocos)

Fotos Tiago Gaspar Ver Galeria
Fotos Tiago Gaspar

O madeirense Tiago Gaspar integra a comitiva de aproximadamente 70 participantes do ‘Sahara Desert Challenge’, expedição que se iniciou a 27 de Dezembro, em Coruche (Lisboa), e que ao longo dos próximos dias vai seguir o trajecto muito idêntico ao da prova original do Dakar, mas com uma extensão até Guiné-Bissau por força do cariz solidário desta iniciativa, onde serão entregues diversos bens e mantimentos básicos à população local e que estão a ser carregados desde Portugal. Ao todo, Tiago Gaspar vai percorrer, em cima de uma mota (BMW F 800 GS), cerca de 5.500 quilómetros durante 15 dias e o DIÁRIO irá acompanhar o trajecto deste aventureiro de 40 anos de idade até ao dia 10 de Janeiro, conforme já havia sido anunciado na edição impressa do dia 28 de Dezembro.

Ora, o madeirense relatou ao nosso matutino que a partida de Lisboa, efectivada na passada sexta-feira, deu-se junto da sua “querida família”, ou seja, a esposa e “os dois bezerros de 2 e 6 anos”, que o acompanharam na 1.ª etapa até Coruche, de onde a comitiva já saiu “com atraso em direcção a Montemor, Évora e por fim Beja, num total de 220 quilómetros. “Em Montemor deu-se a dolorosa despedida. Já de noite (algo que não adoro), foram cerca de 2 horas de boa estrada até Beja, onde se deu o encontro com a Caravana pelas 20 horas. Nada como um bom convívio para a malta se ir conhecendo e traçar as linhas para os próximos dias”, recordou o madeirense sobre os passos do primeiro dia de expedição.

Já no segundo dia, após o briefing, saiu pelas 8h15 em direcção a Serpa, cruzando o Baixo Alentejo sob uma neblina baixa típica do amanhecer até ao Guadiana, que se apresentou no seu melhor. “Após umas fotografias rápidas seguimos até Espanha pela fronteira até Rosal de la Frontera para abastecer (mais em conta). O trajecto estava por nossa conta até Aracena, uma pequena e pitoresca cidade medieval, mas já com algum movimento. A partir daí seguimos pelas nacionais até Sevilha, onde ainda houve tempo para um ‘round’ pelas ruelas do centro da cidade e umas excelentes tapas, apesar do tempo ser limitado para apanharmos o ferry das 16 horas em Tarifa! Seguimos caminho em direcção a Jerez de La Frontera (Cádiz) e depois ‘guinamos’ à esquerda em direcção a Algeciras e Tarifa. Pode-se dizer que desde Jerez foi a fazer windsurf até Tarifa com o vento a pegar forte, por meio de um trajecto bastante bonito”, relatou Tiago Gaspar, acrescentando que chegou a Tarifa para apanhar o ferry para Tânger, pelas 16 horas, com três carros para trás já com alguns problemas de mecânica.

“A chegada ao porto de Tânger é envolta em mística, apesar de já ser uma cidade com um bom desenvolvimento, com tudo o que se possa precisar. Após 1 hora a tratar da papelada, câmbio e cartão de dados, foi seguir por 50 quilómetros em direcção a Arzila, junto à costa, onde chegamos pelas 19 horas para o devido repasto e descanso. Os últimos 30 quilómetros acabaram por ser feitos excepcionalmente de noite, por segurança atrás do carro da organização, tanta que era a movimentação de pessoas e animais na estrada. Em suma, o dia foi 100% em alcatrão num total de 550 quilómetros, mas o trajecto foi alternativo e sempre com céu limpo, a base para um excelente início desta aventura africana”, contou.

Ontem houve mais 760 quilómetros pela frente para chegar até Agadir, onde esta segunda-feira começaram as tuas esperadas pistas de terra e areia.