Trading... Mais uma Pirâmide Financeira

Chamar amigos para ganhar dólares, tem sido nos últimos anos sinónimo de Pirâmides Financeiras.

Para quem não sabe ou não se lembra, este tipo de esquemas funcionam como aspiradores de dinheiro das famílias e das economias dos países. Ainda nos últimos anos tem se escrito, e escrevi também, uma carta sobre este tema - e que oportunamente hei-de colocar nos comentários online.

Com os bancos a pagar poucos ou nenhuns juros, as pessoas recorrem a tudo onde possam colocar algum dinheiro e receber alguns juros de volta... e neste caso “Trading”, são cerca de dois euros por cada cem euros “investidos”, mais bónus por angariar mais “clientes” para apostar e transacionar investimentos na bolsa.

Os incentivos são os de sempre: devolvem alguns euros das centenas ou milhares que lá pomos, e pagam-nos também para trazer mais gente (com dinheiro ou amigos). A rede vai crescendo e o dinheiro disfarçadamente vai sendo passado para cima até ao topo da pirâmide para um qualquer grupo de burlões (pessoas, empresas, ou até países quem sabe). Quando toda a gente já não fala de outra coisa e meio mundo já lá colocou a maior parte das economias, a empresa fecha portas(!), deixando alguns com dinheiro no bolso, mas a maioria sem dinheiro no mealheiro.

Não vá na “estória” de lucros fáceis e de troca de um punhado de dólares virtuais que vai supostamente ganhar no futuro, por um grande molhe de euros reais adiantados agora. Não invista as suas poupanças todas às cegas, só porque uma promessa de lucros fáceis foi-lhe apresentada por um amigo (ou mesmo pelo banco).

Às entidades públicas cabe vigiar e fiscalizar estas “Telexfree’s” que meia volta viram conversa de café e motivo de conferências e seminários públicos.

Invista mas com cautela e de forma o mais diversificada possível (não coloque os ovos todos no mesmo cesto); invista um euro para ganhar cinco, invista em produtos físicos com boa previsão de subida a médio e longo prazo; invista onde pode poupar impostos (conta poupança reforma); invisto de momento no ouro, metais preciosos, matérias primas,... O que tiver relacionado com comida, transportes, habitação (coisas que não hão-de deixar de fazer parte do nosso quotidiano)... mesmo com altos e baixos, a longo prazo não há-de perder dinheiro como se o fizer em negócios duvidosos onde se troca euros por dólares. Em caso de dúvida, jogue pelo seguro e perca o mínimo possível.

Ps. Cuidado com a inflação crescente e com investimentos em economias de países superendividados à beira do colapso...

Duarte de Sousa Melim