ADN considera "falta de respeito" serem os recepcionistas hoteleiros a cobrarem taxa turística
O ADN considera uma "falta de respeito e de consideração" para com os recepcionistas hoteleiros, o facto de serem eles os responsáveis por cobrar a taxa turística, que se encontra em vigor no Funchal. O partido indica que essa responsabilidade não consta do contrato colectivo de trabalho para a hotelaria.
A candidatura à Câmara Municipal do Funchal considera igualmente que os 2,5% de devolução do valor
total cobrado mensalmente deveriam reverter para quem presta esse serviço e não para a unidade hoteleira, Miguel Pita afirma que, em caso de falha, o valor é debitado do salário do recepcionista que falhou a cobrança.
"Lembro-me quando nos anos 90 quando iniciei a minha actividade como recepcionista hoteleiro numa zona hoje conhecida como 'Dubai', ainda não havia internet e cabia a nós recepcionistas a função de controlar as entradas e saídas de estrangeiros através de mapas que tinham de ser entregues no SEF - (Serviço de Estrangeiros e Fronteiras) no espaço de 72 horas úteis, sob pena de multa", recorda o candidato. Por isso, Miguel Pita lamenta que "trinta anos após sejam novamente os recepcionistas hoteleiros a quem cabe a função das autoridades governativas, novamente sob pena de multa em caso de incumprimentos ou falha nos dados apresentados".
O ADN repudia "este abuso sobre esta classe profissional mal remunerada, sujeita a turnos instáveis de pé numa recepção, 24h por dia e durante os 360 dias do ano, quando as funções dos recepcionistas vão muito mais além de meros cobradores municipais".
O partido lembra que as "funções de um recepcionista é acolher os hóspedes, assegurar a respectiva inscrição nos registos do estabelecimento, atender aos desejos e reclamações dos hóspede, proceder aos lançamentos dos consumos ou despesas, emitir, apresentar e receber as respectivas contas, elaborar estatísticas de serviço, comunica às várias secções o movimento de chegadas e saídas, bem como os serviços a prestar aos hóspedes, fornece informações que podem ser úteis em termos de excursões, aluguer de viaturas, passeios de barco e outras actividades turísticas disponíveis na nossa bela ilha da Madeira".
Nesse sentido, a proposta do ADN é que sejam contratados funcionários para cobrar as taxas turísticas aquando das chegadas, "sendo neste caso a AMRAM - (Associação de Municípios da Região Autónoma da Madeira) a entidade adequada para isso". O valor reverteria para a associação, que depois distribuiria de forma justa e equitativa pelas várias Câmaras da ilha da Madeira.
Miguel Pita considera que "os 13 milhões de euros anuais previstos na cobrança dessas taxas «só» no município do Funchal, devem dar e sobrar para pagar os salários desses funcionários municipais no aeroporto que entregariam um código QR a ser apresentado nas levadas, miradouros e caminhadas por toda a ilha, sendo que o valor das taxas poderia de ser ajustado a essa nova realidade, evitando as cobranças sucessivas por toda a Região".