DNOTICIAS.PT
Mundo

Ministro do Turismo abandona Governo do Brasil após ultimato do partido

None

O ministro do Turismo do Brasil, Celso Sabino, informou o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva que irá renunciar ao cargo nos próximos dias, após um ultimato do partido de centro-direita a que pertence.

De acordo com a agência de notícias pública Agência Brasil, Sabino visitou na sexta-feira a residência oficial de Lula da Silva, o Palácio da Alvorada, onde manteve uma conversa de mais de uma hora com o Presidente.

O ministro deverá-se manter-se em funções durante alguns dias para cumprir alguns compromissos, com a saída prevista para a próxima semana, quando Lula regressar da Assembleia Geral da ONU, em Nova Iorque.

A organização da Cimeira do Clima da ONU, a COP30, que se realiza em novembro na cidade brasileira de Belém, tem sido um dos projetos em que Sabino tem trabalhado mais de perto com o Presidente brasileiro.

Em 02 de setembro, dois partidos de centro-direita, União Brasil e Progressistas, anunciaram a saída do Governo brasileiro e exigiram a renúncia dos dois ministros que têm no Executivo de Lula.

Os ministros afetados são os titulares das pastas do Turismo, Celso Sabino, e do Desporto, André Fufuca.

Mas o União Brasil deu depois 24 horas para que todos os dirigentes nomeados por sugestão do partido, na sua maioria em níveis secundários e em empresas estatais, se demitissem.

Isto após a publicação de uma notícia que ligava o presidente do partido ao Primeiro Comando da Capital (PCC), o maior grupo criminoso do país.

A reportagem --- elaborada por cinco jornalistas, entre os quais Leonardo Demori, apresentador de uma televisão estatal --- acusa o presidente do União Brasil, Antonio de Rueda, de ser proprietário de aeronaves operadas pelo PCC.

Uma acusação rejeitada por Rueda.

A reportagem inclui o depoimento em que o piloto Mauro Caputti Mattosinho disse à Polícia Federal que o político é proprietário de pelo menos quatro aeronaves operadas por uma empresa aeronáutica ligada a "Beto Louco" e "Primo", que estão a ser investigados por alegada lavagem de dinheiro para o PCC.

Em meados de agosto, o União Brasil e os Progressistas anunciaram a formação de uma federação no Parlamento, um acordo que lhes permite funcionar como um único partido no legislativo, embora mantenham a sua independência organizacional.

A nova federação, chamada União Progressista, tem a maior bancada no Congresso Nacional, com 109 deputados e 15 senadores.

Até agora, parte dos seus deputados apoiava as políticas do Governo no legislativo e outra parte votava em linha com a oposição.

Um dos principais defensores da rutura com o Governo é o senador Ciro Nogueira, presidente do Progressistas e ex-ministro da Presidência durante o Governo de Jair Bolsonaro (2019-2022).

Nogueira declarou publicamente que considera embaraçoso o facto de o partido continuar a fazer parte do Governo de Lula.